terça-feira, dezembro 06, 2016

PNUD capacita setor elétrico para eliminar substância cancerígena no Brasil e avançar nas metas da Convenção de Estocolmo

Os projetos demonstrativos, assim como o inventário e as capacitações, acontecem em três empresas: COPEL, em Curitiba; CHESF, em Recife (foto); e ELETROBRÁS, em Manaus. A iniciativa pretende lançar manifestação de interesse para outros três projetos demonstrativos, 

Para capacitar o setor elétrico sobre a gestão e eliminação das PCBs no Brasil, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o PNUD organizaram treinamento para cerca de 60 pessoas entre 1 e 2 de dezembro, em Curitiba, Paraná.

Participaram da capacitação tanto representantes do setor quanto de órgãos de fiscalização ambiental. Esse foi a segunda de uma série de três capacitações. A próxima acontece em Manaus, entre 6 e 7 de dezembro. O treinamento é parte do Projeto de estabelecimento da gestão de resíduos de PCB e sistema de disposição, com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).

“Em 1981, foram proibidos a importação e uso da PCB no Brasil, mas essa portaria permitiu que os equipamentos que já estivessem em uso continuassem ativos. Isso causou alguns problemas, como a contaminação cruzada, na hora de trocar o fluido desses equipamentos”, explica a gerente de meio ambiente da COPEL, Hildamara Coelho.

A Convenção de Estocolmo prevê o fim da utilização da substância até 2025 e a destinação final ambientalmente adequada até 2028. “Para apoiar o cumprimento dessas metas, fizemos três projetos piloto”, completa Hildamara Coelho. No entanto, para realizar um plano de descarte da substância, é preciso definir qual é o montante de PCB no país.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estima que atualmente há 8,1 milhões de equipamentos contaminados com a PCB no Brasil. “O projeto está preparando um inventário para verificar essa estimativa, por meio de amostragem e estatística”, afirma o diretor da Denver Ambiente e Energia Carlos Verechia.

“O Brasil iniciou esse planejamento um pouco tardio, mas apresenta uma capacidade técnica muito alta, com iniciativas importantes para atingir a meta da Convenção”, pontua o especialista internacional em PCB, Michael Muller.

A coordenadora técnica do projeto pelo PNUD, Lorenza Alberici, disse que “há critérios de prioridade na área de atuação, focando na retirada de uso dessas substâncias e equipamentos nos locais em que as pessoas estão em contato direto com a PCB, que é cancerígena”.

Os três resultados esperados com a implementação dessa iniciativa no Brasil são: fortalecimento da questão legal e institucional da estrutura de normas e leis sobre as PCBs; capacitação do governo e do setor privado para a gestão de PCBs e resíduos e equipamentos contaminados por PCB; disposição e eliminação de PCBs de forma ambientalmente saudável.

Além do setor elétrico, a PCB é uma molécula utilizada por vários setores. Dentre eles, “destacam-se: refrigerantes e fluidos isolantes para transformadores e capacitores, revestimento de cabos elétricos, cosméticos, lâmpadas fluorescentes, indústria nuclear, mineração, eletrodomésticos e fungicidas, entre outros”, explica Verechia.

Os projetos demonstrativos, assim como o inventário e as capacitações, acontecem em três empresas: COPEL, em Curitiba; CHESF, em Recife; e ELETROBRÁS, em Manaus. A iniciativa pretende lançar manifestação de interesse para outros três projetos demonstrativos, privilegiando, além do setor elétrico, o setor industrial, de mineração e de transporte.

do PNUD

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