Professores se reuniram em assembleia esta manhã na quadra de vôlei do Núcleo de Educação Física da UFPE. Foto: Adufepe/ Divulgação
Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) deflagraram greve por tenpo indeterminado. A decisão foi votada em assembleia geral, encerrada por volta das 14h10 desta quinta-feira na quadra de vôlei do Núcleo de Educação Física da UFPE. Foram contabilizados 367 votos a favor e 347 contra a paralisação, além de cinco abstenções. A Associação dos Docentes (Adufepe) defendeu a greve geral e unificada, em acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e as centrais sindicais.
A mobilização é contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que congela investimentos por 20 anos independente da arrecadação da União e contra o Projeto de Lei Complementar 257 (PLP 257/16), que estabelece o Plano de Auxílio aos Estados e ao Distrito Federal e medidas de estímulo ao reequilíbrio fiscal. De acordo com os servidores, as novas regras trazem a perda dos direitos trabalhistas e cortes nas áreas de educação e saúde. De acordo com a Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), diante da perda dos direitos trabalhistas, as premissas negativas da PEC 241 - que tramita no Senado como PEC 55 - e da PLP 257, a ameaça de greve geral não pode ser descartada.
No último dia 22 de outubro, os professores paralisaram as atividades por 24 horas em adesão à paralisação nacional em defesa da educação, do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos direitos trabalhistas. O ato foi aprovado em assembleia e fez parte da mobilização das centrais sindicais contra a atual conjuntura política do país.
Os estudantes também estão mobilizados contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016 e a reforma do ensino médio. Esta manhã, eles realizaram uma passeata pelo campus Recife até a reitoria. Atualmente, sete centros da UFPE no campus Recife estão ocupados pelos alunos: o de Enfermagem, Artes e Comunicação (CAC), de Educação (CE), de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), o Núcleo Integrado de Atividades de Ensino (Niate) do CFCH e o Centro de Ciências Biológicas (CCB). Sem aulas, os locais estão recebendo debate sobre as PECs, sobre a legitimidade das ocupações, desmonte em torno da educação e da saúde mobilizando alunos, professores e servidores.
No dia 24 de outubro, os estudantes da UFPE interditaram a BR-101. Com pneus queimados, a rodovia teve o tráfego fechado na altura do quilômetro 68, em frente à reitoria. Todas as entradas da universidade também foram fechadas. O ato também foi realizado em protesto contra as medidas propostas pelo governo federal. Para os estudantes, as mudanças representam um atraso nas conquistas populares como a ampliação das universidades, diante dos cortes nos orçamentos da educação e da saúde e congelamento de todos os investimentos públicos durante os próximos 20 anos.
UFRPE - na terça-feira passada, os professores da Universidade Federal Rural de Perbambuco (UFRPE) entram em greve por tempo indeterminado. O Hospital Veteinário não realiza atendimentos mas, de acordo com técnicos da unidade de saúde, o local não funciona há mais de uma semana por falta de material e de verbas. Na quarta-feira, os técnicos iniciaram uma greve também por tempo indeterminado.
A paralisação dos professores foi votada em assembleia geral realizada na sexta-feira passada pela Associação dos Docentes (Aduferpe) simultaneamente nos campi do Recife, Serra Talhada e Garanhuns. A greve foi aprovada por 311 votos, com 44 votos contra e três abstenções. No bairro de Dois Irmãos, no Recife, a assembleia teve início às 15h30 e terminou por volta das 18h30, contando com a participação de estudantes e funcionários.
Diário de Pernambuco
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