Primavera: atenção às doenças pulmonares em idosos devem ser redobradas. Sintomas sazonais da estação podem ser reflexo de patologias mais graves.
Na primavera, nos meses de outubro a dezembro, são comuns doenças como rinite, bronquite e asma. O motivo destas complicações são as mudanças de temperatura ao longo do dia e o aumento das substâncias irritantes no ar, provenientes das flores da estação. Embora os sintomas sejam mais comuns em crianças, é necessária uma atenção especial ao idoso, que tende ao longo da velhice desenvolver mais problemas respiratórios.
Para a médica Cláudia Henrique da Costa, Coordenadora da Disciplina de Pneumologia e Tisiologia Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, os sintomas de doenças da primavera são também de problemas crônicos e até mais graves nos idosos. “Tosse seca, falta de ar, maior frequência de resfriados e indisposição são sintomas que devem ser investigados, preferencialmente por pneumologistas. Eles podem esconder doenças crônicas que devem ser tratadas para evitar complicações”, reforça a especialista.
Segundo o Ministério da Saúde, as doenças do aparelho respiratório, como pneumonia e DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), são a segunda maior causa da morte de idosos no Brasil¹. A médica explica que os sintomas das doenças sazonais também são confundidos com doenças mais graves. “Enfisema, fibrose cística e até doenças mais raras, como a fibrose pulmonar idiopática, que têm sintomas que podem ser confundidos com bronquite e resfriado, aumentam as chances de tratamento se forem diagnosticadas na fase inicial”, reforça Dra. Cláudia.
Sobre FPI
A fibrose pulmonar idiopática é uma doença rara que na maioria das vezes atinge pessoas acima de 60 anos, principalmente homens. Sem causas clínicas comprovadas, experiência de especialistas aponta que o tabagismo pode ser um dos fatores de risco para o diagnóstico.
A doença não tem cura e somente um número restrito de pacientes tem a indicação de transplante de pulmão para combater esta enfermidade. A sobrevida média é de 3 anos após o diagnóstico. Estatísticas mais otimistas apontam que entre 20% a 40% dos pacientes vivam até cinco anos, quando não recebem nenhum tratamento.
Este ano a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou Esbriet® (pirfenidona), medicamento oral da farmacêutica Roche, líder mundial em inovação em saúde, para o tratamento da fibrose pulmonar idiopática (FPI). A droga foi a primeira no mundo a comprovar que conseguia, de maneira eficaz e segura, combater a doença letal.
A progressão da FPI varia de acordo com cada caso e tem curso imprevisível. A expectativa é que, com o tratamento e a maior geração de dados, seja possível conhecer ainda mais sobre a progressão e evolução da enfermidade, que é considerada pela classe médica como mais agressiva do que muitos tipos de cânceres.
Referências:
¹ Portal da Saúde, Ministério da Saúde, 2012: http://www.brasil.gov.br/saude/2012/04/pais-investe-em-prevencao-a-doencas-da-terceira-idade
In Press Porter Novelli
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