segunda-feira, novembro 14, 2016

Melancia é carro-chefe em projeto que implantado pela Codevasf no Piauí

São 450 toneladas da fruta colhidas por 20 famílias em 100 hectares; R$ 3,2 milhões foram investidos em parceria com governo estadual (Foto: Codevasf/divulgação)

A melancia é o carro-chefe, mas há também produção de feijão, mandioca, milho, macaxeira, banana, goiaba e da espécie de peixe tambaqui – este último no sistema de tanques escavados. São quase quatro anos e vinte famílias de produtores familiares já instaladas no projeto público de irrigação Hildo Diniz, que vem sendo implantado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no sul do Piauí em parceria com o governo do estado.

“Atualmente, o projeto tem 100 hectares e 70% de suas áreas em atividade”, conta o gerente regional de empreendimentos de irrigação da Codevasf no Piauí, Maximiliano Arcorverde. Apesar de não estar totalmente implantado e em funcionamento, o projeto já contabiliza resultados positivos.

“Os principais produtos são a melancia e o feijão: neste ano, as duas culturas chegaram a 472,5 toneladas colhidas, sendo 450 toneladas de melancia e 22,5 toneladas de feijão. Mas estamos começando experiências com outras culturas”, explica Francisco Saraiva, diretor-secretário da Associação do Projeto Irrigado Hildo Diniz da Silva. Praticamente toda a produção é comercializada nas Centrais de Abastecimento do Piauí (rede Ceasa), em Teresina; uma pequena parte é vendida no mercado local.

O agricultor Noé Borges é um dos pioneiros do projeto público de irrigação Hildo Diniz. Assim como outras famílias que vivem no local, ele tem apostado no empreendimento com o cultivo de frutas e outros produtos agrícolas, além da criação de peixes, o que tem lhe garantido renda e melhor qualidade de vida. O projeto está localizado no município de Colônia do Gurgueia, a cerca de 507 quilômetros da capital Teresina, na região do vale do Gurgueia.

“Minha situação melhorou depois que vim pra cá. Hoje tenho uma casa boa pra mim e pra minha família”, conta, satisfeito, o agricultor. Num lote de 8,5 hectares, onde mora com a esposa e os filhos, ele planta melancia, feijão, mandioca e milho. “O principal produto é mesmo a melancia. Por safra, colho cerca de oito caminhões com 15 mil quilos cada”, comemora. A produção é comercializada na capital do estado. Ele destaca também o cultivo de feijão. “De maio pra cá já colhi 204 sacas, com 60 kg cada uma”, relata Borges.

Além da produção agrícola no local, ele também tem investido na piscicultura. No seu lote, Noé Borges cria tambaqui em dois tanques escavados e já tem planos para ampliar a produção com a instalação de mais dois tanques prontos para receber mais peixes - inclusive de outras espécies, como o piau.

Francisco Saraiva, da Associação do Projeto Irrigado Hildo Diniz da Silva, destaca a piscicultura no projeto, confirmando que a atividade tem revelado resultados animadores. “A cada oito meses produzimos cerca de vinte toneladas de pescado”, comemora. Atualmente, são oito produtores que aliam cultivo de frutas e outros produtos com a criação de tambaqui. “Estamos animados com o projeto. Precisam ser feitos alguns ajustes e adaptações, mas temos visto a sua importância, principalmente na geração de emprego e renda para nossa região”, nota o agricultor.

Boas perspectivas

Cerca de R$ 3,2 milhões foram investidos até o momento pela Codevasf por meio de convênios com o governo do estado e com a Associação de Pequenos Produtores Rurais do Assentamento Nossa Senhora de Fátima para dotar o projeto de infraestrutura hídrica adequada para exploração socioeconômica. Foi feita a instalação de bombas em quatro poços, construção de adutora de uso comum aos lotes do assentamento, implantação de reservatórios de distribuição de água nas adutoras, rede de energia, estradas e sistema de irrigação parcelar por aspersão em vinte lotes de cinco hectares.

“Ano a ano buscamos apoio para a disponibilidade de recursos orçamentários de emenda parlamentar e do poder executivo, visando dotar o assentamento pré-existente de infraestrutura capaz de possibilitar às famílias a exploração da agricultura irrigada com uso dos recursos hídricos disponíveis, de modo a permitir o incremento da produção agrícola, a oferta de emprego e renda e o desenvolvimento sustentável da região do Gurgueia”, explica Arcoverde.

Mesmo aqueles produtores que ainda estão à espera de seus lotes acreditam no sucesso do empreendimento. “Esse projeto é um difusor de tecnologia, de conhecimento e de produção. Com certeza vai melhorar muito a vida das pessoas que se dedicam a essa atividade. A sua concretização é um sonho de todos nós que vivemos nesta região de grande potencial”, afirma o engenheiro agrimensor Isaías Rocha Filho, que aguarda a conclusão da área onde está situado o seu lote.

Homenagem póstuma

O nome do projeto é uma homenagem in memoriam a Hildo Diniz, superintendente regional da Codevasf no Piauí de 2001 a 2008. Como dirigente da empresa no estado, ele foi um defensor do desenvolvimento da agricultura irrigada na região do Gurgueia em razão de sua disponibilidade hídrica subterrânea e da qualidade do solo.

Hildo Diniz da Silva era natural de São Mamede, interior da Paraíba. Formado em Engenharia Agronômica pela Faculdade de Agronomia do Submédio São Francisco (Famesf), exerceu também o cargo de superintendente regional da Codevasf em Petrolina de 1990 a 2001.

Ele faleceu em Teresina em janeiro de 2008, aos 55 anos de idade, devido a complicações durante uma angioplastia para desobstruir uma artéria do coração.

Codevasf

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