“Mesmo as pequenas ações da sociedade já fazem a diferença, desde uma simples verificação no sistema hidráulico da casa até a participação como membro de comitês de bacias hidrográficas.”
Quais são seus planos à frente da Codevasf?
Meu compromisso na presidência é o mesmo que sempre tive como servidora: colaborar para o fortalecimento desta importante companhia, visto que ao longo de seus 42 anos de trabalho impulsionou o crescimento do norte de Minas Gerais e do Nordeste brasileiro, além de viabilizar ações e empreendimentos em prol do desenvolvimento sustentável das bacias hidrográficas em que atuamos, possibilitando a melhoria de vida das milhares de pessoas que moram nessas regiões. Estarei integrada às intervenções do programa Novo Chico, dentre outras ações de importância para as regiões.
Antes de assumir o comando da Instituição, a senhora respondia pela Secretaria Executiva de Revitalização das Bacias Hidrográficas. Chega, portanto, com experiência nessa área. De que forma pretende contribuir com o Novo Chico?
Desde 2006, vinha desenvolvendo minhas atividades profissionais na área de revitalização de bacias hidrográficas. A assunção à presidência da empresa é um desafio muito maior e grandioso, principalmente neste momento, em que se espera do poder público uma melhoria na gestão interna, de controle, de pessoal, orçamentária e financeira. Sem dúvida, o fato de já fazer parte do corpo funcional da Codevasf é um ponto muito positivo para executar com dedicação, comprometimento e seriedade a nova atribuição.
Quais ações já são natural e rotineiramente executadas pela Codevasf, com a finalidade de manter e preservar o rio?
A Codevasf, por meio do Programa de Revitalização das Bacias Hidrográficas, passou a executar de forma sistemática ações voltadas para a revitalização do rio São Francisco, atingindo, direta ou indiretamente, a vida de mais de 18 milhões de pessoas. De 2007 a 2016, investiu-se R$ 1,85 bilhão em ações de recuperação, preservação, conservação e uso sustentável dos recursos naturais do São Francisco.
De que forma a sociedade pode participar da construção desse processo de revitalização?
A população exerce um papel muito importante nesse processo, seja acompanhando e fiscalizando a execução de obras realizadas ao longo da bacia do São Francisco, seja se sensibilizando para a necessidade da preservação ambiental e adoção de técnicas sustentáveis de produção. Mesmo as pequenas ações da sociedade já fazem a diferença, desde uma simples verificação no sistema hidráulico da sua casa até a participação como membro dos comitês das bacias hidrográficas e na fiscalização das ações que estão sendo realizadas pelos diversos entes nas bacias.
O funcionamento dos comitês tem criado condições de encontro e diálogo entre os diversos atores interessados na recuperação hidroambiental da bacia. Recentemente, assumi uma vaga de membro titular no CBHSF. Ter um assento no colegiado é uma chance de dialogarmos de forma mais próxima, conjunta e articulada com todos os entes que compõem o Comitê e com toda a sociedade.
Há algum estudo da Instituição que aponte os principais problemas que ocasionam a degradação do rio?
Existem diversos trabalhos realizados nesse sentido. No entanto, observamos que, de modo geral, as principais fontes de degradação são o lançamento de esgoto sanitário in natura, a deposição e a falta de controle dos resíduos sólidos; o assoreamento dos rios, advindo da não observância de práticas conservacionistas de uso do solo e da água nas atividades agropecuárias; e a falta da consciência necessária para a preservação do meio ambiente pela população.
O modelo apresentado pelo governo federal, de tratar o programa de revitalização de maneira transversal, com o envolvimento de diversos órgãos e ministérios, representa um maior compromisso da União com esse processo?
Acredito que sim. O comprometimento de vários entes públicos com a missão de promover a adoção de princípios e estratégias para a revitalização da bacia, aliado às ações de proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais, controle de processos erosivos, gestão adequada dos resíduos sólidos e inserção do desenvolvimento sustentável demonstram maior preocupação e compromisso do governo federal com a execução do Programa.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF
*Esta entrevista foi veiculada no Jornal Notícias do São Francisco nº 48. Para ler o jornal completo, acesse.
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