Na manhã desta quarta-feira (23), moradores da Volta do Moxotó realizaram um ato de protesto pela falta de água nas torneiras que assola o distrito há pelo menos quatro anos. Nos últimos meses, entretanto, de acordo com relatos dos moradores, a situação ficou ainda mais crítica.
Uma senhora, que preferiu não ser identificada, disse que há mais de um mês ela não tem água nas torneiras de sua casa. Relatou que um amigo, que mora em Jatobá, foi quem levou água pra ela por conta própria.
Outra situação apontada pelos moradores, dão conta que na rua do Cesp, onde ficam localizados o Posto de Saúde e o Açougue da comunidade, também não tem água. Inclusive, nesta semana, o médico que estava realizando atendimento no PSF, comprou água mineral com dinheiro do próprio bolso.
Uma moradora relatou que são vários registros espalhados pelas ruas da Volta do Moxotó, que controlam a distribuição de água por “quarteirões”. A responsabilidade dessa distribuição fica por conta de dois funcionários da Prefeitura, ligados a Secretaria de Infraestrutura.
Questionados sobre os motivos que levavam a má distribuição de água, onde alguns moradores tinham água e outros não, ambos os funcionários apenas disseram que “cumpriam ordens”. Em determinado momento, um deles ainda afirmou que não tinha “chefe” e que trabalhava por conta própria. Os moradores afirmaram diversas vezes que a liberação de água tinha relação com fins partidários. Quem era oposição ao governo, não recebia água nas torneiras. Quando recebia, não passava de cinco ou dez minutos.
Outra questão abordada foi que a tubulação que trazia água do Marí para a caixa d’água dava conta para o abastecimento do distrito. “A água era pouca, mas todo mundo aqui tinha…”, disse uma moradora. Após a construção da adutora, essa tubulação foi cortada antes mesmo da adutora está em funcionamento. Fato que dificultou ainda mais o acesso a água e deixou muitos moradores sem uma gota. Em tom de revolta, uma mulher contou o que fizeram com a tubulação: “Antes a água chegava pela caixa do Marí, a água vinha e dava pra todo mundo, agora eles cortaram a tubulação ali pros lados de uma roça e vão lá pegar quando bem entende e a gente fica sem… Aquele mesmo vai lá agora!”, disse enquanto passava um homem numa moto com dois galões ainda vazios na garupa.
Conversamos com uma moradora que relatou o seguinte depoimento: “A questão da água daqui não é a falta, porque se fosse, não teria pra ninguém… Mas tem rua que tem! Tem rua que chega água por uma hora, tem rua que chega água dia sim dia não, a nossa que é a rua do Posto de Saúde simplesmente ele não solta água (se referindo ao funcionário da prefeitura responsável por abrir o registro e liberar água)! Ontem o médico estava atendendo e mandou comprar água, por que não tinha no PSF uma gota de água pros pacientes beberem…”.
Entramos no centro de distribuição de água, que fica por trás da Igreja. Lá, encontramos uma sangria feita em uma tubulação, onde foi colocado um registro. Essa tubulação segue para uma caixa d’água que estava vazia (conforme foto acima).
Os moradores disseram que nesta sexta-feira está prevista a inauguração da adutora. Eles estão se unindo para realizar um novo protesto e que não cessarão até o problema ser resolvido.
As informações são do Portal Jatobá e Jatobá Notícias
Redação do Blog de Assis Ramalho
Vídeo: Facebook Sara Simone
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