Antes de ser músico, Renato Russo dividiu a sala de aula com Geddel. Mas, segundo biografia, o hoje ministro era mais conhecido pelas piadas e por seu carro do que pela dedicação aos estudos
A desavença entre os dois é citada no livro Renato Russo: O filho da Revolução, do jornalista Carlos Marcelo. De acordo com o biógrafo, Renato Russo considerava Geddel “in-su-por-tá-vel!”. O colega baiano era apelidado à época de Suíno. Filho do então deputado baiano Aprísio Vieira Lima, o hoje ministro chegava ao colégio dirigindo um Opala verde e tinha sempre uma piada pronta na língua. Mas, conforme o livro, não era dado aos estudos. E, por isso, foi recusado por Renato Russo, que queria distância dele, inclusive nos trabalhos escolares. “Eu vou ser político”, profetizava o baiano.
Veja o trecho do livro de Carlos Marcelo, atual diretor de redação do Estado de Minas:
“Rigoroso na hora de selecionar os colegas de grupo, ele (Renato) convida Maria Inês Serra e mais dois ou três felizardos que se mostraram dispostos a executar a tarefa como ele planejaria. Tinha gostado de trabalhar com Inês em uma pesquisa sobre cantigas de roda – esforço alheio representava fator decisivo para a escolha. Deixa claro (a ponto de despertar antipatia e criar fama de chato) que não carregaria ninguém nas costas. Apesar dos pedidos de colegas como Geddel Quadros Vieira Lima para entrar no seu grupo pela garantia de notas altas na avaliação final. Filho do político baiano Afrísio Vieira Lima, o gordinho Geddel era um dos palhaços da turma. Chegava no colégio dirigindo um Opala verde, o que despertava a atenção das meninas e a inveja dos meninos – que davam o troco chamando-o de “Suíno”. Tinha sempre uma piada na ponta da língua; as matérias, nem sempre.
— Eu vou ser político!
O jeitão expansivo garantia popularidade entre os colegas, mas não unanimidade. “Ele é in-su-por-tá-vel!”, justifica Renato para Maria Inês, dividindo as sílabas de forma enfática, ao sentenciar a proibição da entrada de Geddel em seu grupo.”
Na corda bamba
Após deixar o Ministério da Cultura, Calero acusou Geddel de lhe pressionar, em cinco ocasiões, a determinar a liberação da construção do luxuoso Edifício La Vue, de 106 metros de altura, na região da Barra, em Salvador. Na vizinhança de área tombada pelo patrimônio histórico, a obra foi embargada a pedido do Ministério Público Federal e do Iphan.
O ministro admite que comprou um apartamento no prédio e que fez o pedido a Calero, mas nega ter feito pressão. Segundo ele, seu objetivo era preservar os empregos gerados com a construção. Ontem o presidente Michel Temer decidiu manter Geddel no cargo, mesmo com a abertura de investigação contra ele na Comissão de Ética da Presidência, que vai apurar a conduta dele.
Uol
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