Com o novo método, o procedimento cirúrgico que costuma levar de oito a dez horas pode ser feito em até quatro horas. A recuperação pós-cirúrgica, que demorava dois meses, também pode ser reduzida para 10 a 15 dias. Além disso, o risco cirúrgico é menor e complicações que exigiam transfusões foram reduzidas quase a zero.
A nova técnica foi desenvolvida no Hospital Federal do Andaraí, na zona norte do Rio de Janeiro, pelo chefe do serviço de cirurgia plástica, Carlos Del Piño Roxo, e sua equipe. O estudo foi tema do Congresso Mundial da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, em Quioto, no Japão, na última semana.
Segundo Roxo, uma das grandes diferenças da técnica é a previsão de todo o corte para as quatro cirurgias simultâneas que ocorrem, delimitando estritamente o tecido que está sobrando no corpo dos pacientes, sem danificá-lo, como ocorre na cirurgia pós-bariátrica tradicional.
“A cirurgia pós-bariátrica melhora a qualidade da vida das pessoas, é considerada uma cirurgia reparadora. A vantagem de nossa técnica é que podemos realizar várias cirurgias na mesma pessoa ao mesmo tempo, o que facilita a recuperação, diminui o custo para o SUS e reduz consideravelmente a fila, uma vez que esses pacientes necessitam de diversas cirurgias”, explicou o médico.
Na técnica tradicional, os médicos puxam tecidos durante a cirurgia, sem a delimitação planejada, o que leva a falhas, como os lados do abdômen ficarem desproporcionais, por exemplo.
Mudança
A servidora pública Alessandra de Mello Morelli, 34 anos, precisou pagar para fazer uma cirurgia bariátrica de urgência três anos atrás e há seis meses passou pela cirurgia reparadora no SUS com a nova tecnologia.
“Estou totalmente recuperada. Usava cinta dia e noite, fazia roupa para me vestir. De seis meses para cá que passei a usar roupa normal. A mudança de vida foi gigantesca. Nasci de novo praticamente. E se não fosse pelo SUS estaria até agora sem fazer a reparadora.”
Desde 2000, o Hospital Federal do Andaraí realiza cirurgias pós-bariátricas pelo SUS e mais de 670 pacientes já foram submetidos à nova técnica cirúrgica. Por ano, são feitas 50 cirurgias desse tipo na unidade.
Agência Brasil
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