“Se for necessário, vamos adotar medidas como redução de jornadas, transferências de endereços e, em último caso, fechar as portas”, afirmou Occhi, após participar de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão.
Para Occhi, o principal desafio de 2017 é melhorar a eficiência, reduzindo despesas e aumentando a geração de receitas. No último ano, a Caixa cortou o número de funcionários de 100,3 mil para 97 mil. No acumulado dos nove primeiros meses de 2016, o banco gastou R$ 15,6 bilhões com pessoal, ante R$ 14,3 bilhões do mesmo período de 2015, crescimento de 9,2%. O impacto maior no gasto foi com o aumento do salário dos funcionários, decidido em convenção coletiva.
A Caixa foi usada nos últimos anos pelo governo do PT como locomotiva do crédito no País, estratégia para impulsionar a atividade econômica. Dessa forma, a instituição conseguiu aumentar sua participação no mercado, mas essa expansão do crédito também provocou efeitos colaterais, como o aumento do nível de calotes.
O alto número de agências deficitárias também é consequência dessa política. Desde 2010, a Caixa abriu 1.329 agências. A análise da direção do banco é que não se faz mais necessária toda essa estrutura, ainda mais com a mudança dos hábitos dos clientes, que cada vez mais optam pelos serviços pelo computador ou pelo smartphone.
Um empecilho para o fechamento das agências é o fato de as unidades serem usadas para o pagamento de benefícios sociais, como o Bolsa Família, mas a avaliação é de que esse serviço poderia ficar restrito às casas lotéricas. O banco tem atualmente 4,2 mil agências e pontos de atendimento e 25 mil correspondentes Caixa Aqui e Lotéricos.
Ao contrário do BB, um dos desafios da Caixa é aumentar a quantidade de transações online, que representam menos de um quarto do total de transações do banco. A Caixa tem 85,9 milhões de correntistas e poupadores, mas apenas 19% usam o internet banking, inclusive tablet, e 5% instalaram o aplicativo do banco no smartphone. Mesmo assim, a quantidade de transações pela web aumentou 18,7% na comparação com 2015. As transações via smartphone subiram 66,5%.
Estadão
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