terça-feira, novembro 01, 2016

Às vésperas do Enem, Pernambuco tem 19 áreas ocupadas por alunos

Movimento na UPE teve início na quinta-feira (20) com a tomada da Reitoria

Às vésperas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ainda é incerta a situação dos candidatos que farão provas em locais ocupados em Pernambuco por alunos contrários à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto dos gastos da União. O Ministério da Educação (MEC) reafirmou, na manhã da segunda-feira (31), que caso as ocupações não sejam encerradas, essas unidades deixarão de ser consideradas pontos de prova. Em Pernambuco, são 19 áreas invadidas: 17 prédios de três universidades e duas unidades do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE).

A PEC pretende limitar os gastos do governo federal nos próximos 20 anos. O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados. Agora, ele segue para o Senado, onde será apreciado e tramitará como PEC 55. O Enem ocorre no sábado (5) e domingo (6), em todo o país.



Num balanço feito no dia 19 de outubro, o ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que havia 181 escolas ocupadas no país. Ao todo, 95 mil candidatos poderiam se prejudicar com a situação.


UFRPE
Com quatro prédios tomados pelos alunos, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) garante que sediará o Enem mesmo com as ocupações. Os inscritos que fariam o exame no Centro de Ensino de Graduação Obra-Escola (Cegoe) serão realocados em outros prédios. Receosos com a possibilidade de novas ocupações, os diretores da universidade optaram por não informar quais são esses locais.

A ocupação na UFRPE do campus localizado no bairro de Dos Irmãos, na Zona Norte do Recife, teve início na noite da segunda-feira (24). Até o momento, o movimento ocorre nos prédios Professor Tarcísio Eurico Travassos, Professor Manoel Amaro, Centro de Ensino de Graduação Obra-Escola (Cegoe) e na Unidade Acadêmica de Serra Talhada.

Os alunos chegaram ainda a colocar correntes e cadeados na unidade Professor Rildo Sartori (Ceagri l) e na João Vasconcelos Sobrinho (Ceagri ll) para interromper o acesso. Entretanto, esses prédios não foram ocupados.

Desde o início, a instituição tenta realocar as aulas, deslocando as turmas para outros prédios. A orientação é que os alunos procurem a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação para descobrir onde ocorrerão as aulas.

UFPE
Já a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) não informou como será o procedimento adotado no dia do exame. A instituição apresenta uma totalidade de sete prédios ocupados, sendo a unidade de ensino com maior número de ocupação desde então. Questionada sobre se sediará ou não as provas, a instituição se reservou a dizer que qualquer informação só será divulgada pelo Ministério da Educação (MEC).

O campus localizado na Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife, já soma cinco prédios ocupados pelos estudantes. São eles o Centro de Educação (CE), o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), Centro de Artes e Comunicação (CAC), o Centro de Biociência (CB) e o Núcleo Integrado de Atividades de Ensino (NIATE), que atende o (CFCH) e o Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCAS).

Na noite da terça-feira (25), um grupo de alunos ocupou o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), ocasionando a suspensão das aulas desde então.

UPE
Também contrários à PEC, alunos da Universidade de Pernambuco (UPE) montaram acampamento no campus de Santo Amaro, na área central da capital, que sedia a Faculdade de Ciências Médicas (FCM), a Escola Superior de Educação Física (Esef), o Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e a Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças (Fensg).

Das quatro unidades de ensino, os estudantes apenas não ocupam a FCM. O protesto ocorre desde a quinta-feira (20), quando cerca de 60 estudantes iniciaram um acampamento no prédio da Reitoria da instituição estadual, que foi desocupado na quinta-feira (27).

Ainda há registro de ocupações em outros campus da universidade como em Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte, Palmares, na Zona da Mata Sul, e Petrolina, no Sertão.

De acordo com o professor e presidente da comissão permanente de concursos acadêmicos da UPE, Ernani Martins, os alunos que estão ocupando a universidade asseguram que não iriam prejudicar o Enem. “Tivemos uma conversa ontem [segunda-feira (31)] e eles afirmaram que não causariam nenhum transtorno para a realização do exame. O que ficaram de decidir era se sairiam dos prédios ou ficariam num local que não atrapalharia as provas”, contou.

IFPE
O Instituto Federal de Pernambuco amanheceu com menos um prédio ocupado. Os estudantes resolveram desarmar as barracas na unidade do Recife, nesta terça-feira (1º). Porém, centros de ensino em Olinda e Pesqueira, no Agreste do estado, seguem com o movimento.

A assessoria de imprensa do instituto acredita que o Enem será mantido nas unidades. Entretanto, aguarda um posicionamento do MEC. Desde a ocupação, a relação entre o movimento estudantil e o IFPE é “amigável”. Os estudantes não dormem no local nem permanecem durante o final de semana, o que garante que as aulas ocorram normalmente.

G1 PE

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