quinta-feira, outubro 20, 2016

Testes da vacina brasileira contra dengue chegam a Pernambuco


Os testes em humanos da primeira vacina brasileira contra a dengue vão ser realizados em Pernambuco, coordenados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O lançamento ocorreu hoje (20) na sede da instituição. Cerca de 1,2 mil pessoas vão ser selecionadas para a terceira fase do estudo, que durará cinco anos.

Essa etapa de testes envolve 17 mil voluntários em 13 cidades nas cinco regiões do Brasil. De acordo com a Fiocruz os testes já estão em andamento em Manaus (AM), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), em três centros no estado de São Paulo, em Fortaleza (CE), Aracaju (SE), Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT).

A vacina, desenvolvida pelo Instituto Butantan (SP), é feita do vírus vivo, mas enfraquecido. A intenção é que a substância proteja contra os quatro tipos do vírus da dengue. O objetivo dos testes é comprovar a eficácia da vacina. Para isso, dois terços dos participantes receberão a vacina, e o restante terá acesso a uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem efeito – o chamado efeito placebo.

No Recife, o recrutamento dos voluntários ocorrerá por sorteio, no bairro de Engenho do Meio, zona oeste do Recife, que fica próximo ao centro de pesquisas. Poderão participar dos testes pessoas saudáveis, que tiveram ou não dengue, com idade entre 2 a 59 anos. Durante o estudo os selecionados serão acompanhados por uma equipe de saúde para verificar a duração da proteção oferecida pela vacina. Primeiro serão vacinadas pessoas com idade entre 18 e 59 anos, em seguida os que têm entre 7 e 17 e, por último, os de 2 a 6 anos.

A vacina é desenvolvida desde 2008, fruto de parceria entre o Instituto Butantan e o National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, que já estudava o insumo. Testes anteriores foram realizados em 900 pessoas: 600 na primeira fase de testes clínicos, realizada nos Estados Unidos pelo NIH, e 300 na segunda etapa, realizada na cidade de São Paulo em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e com o Instituto Adolfo Lutz.

Agência Brasil

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