Esta semana, programa de rádio entrevista especialistas sobre a importância e atualidade da espiritualidade no contexto médico. Os episódios do 'Saúde com Ciência' são apresentados de segunda a sexta pela Web Rádio Petrolândia, intercalados com reprises de programas anteriores, dedicados a outros temas.
Fé, religião e misticismo são temas que integram o conceito de espiritualidade. Cada pessoa lida com sua dimensão espiritual de modos e intensidades diferentes, mas é difícil encontrar quem nunca tenha tido contato com esse plano. No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 92% da população já tiveram contato com uma prática ligada à espiritualidade. No caso dos serviços de saúde, abordar a espiritualidade do paciente pode ajudar a entender o ser humano como um todo, favorecendo o tratamento.
É o que revela o professor da Faculdade de Medicina e coordenador do Núcleo Avançado de Saúde, Ciência e Espiritualidade (Nasce/UFMG), Rubens Tavares. “As pesquisas mostram que uma parte significativa dos estudantes de Medicina relata ser importante o estudo da espiritualidade, assim como as pesquisas apontam que a maior parte dos pacientes gostaria que o seu médico o interrogasse sobre esse tipo de questão”, afirma.
Tavares ainda defende que a abertura médica aos conceitos de espiritualidade não significa “abrir mão” dos métodos essencialmente científicos já utilizados na área da saúde, mas complementá-los de acordo com a necessidade de cada paciente: “O maior site de pesquisas do mundo sobre Medicina, chamado PubMed, define a espiritualidade como uma sensibilidade ou apego aos valores religiosos ou coisas do espírito, e vem com a intenção de complementar os interesses puramente materiais, muitas vezes introduzidos e defendidos no campo médico. Então a nossa intenção não é substituir a Medicina, mas sim complementar”.
Terapias complementares
Hoje, terapias envolvendo a espiritualidade têm ajudado no tratamento de diversas doenças. O professor ressalta o fato de que essas técnicas passaram por uma mudança na própria definição, passando a ser aceitas como “terapias complementares”.
“A medicina complementar não quer pedir ao paciente para deixar de tomar um anti-hipertensivo, ela quer chegar no paciente hipertenso e propor uma meditação, ou fazer uma acupuntura, ou ainda utilizar um remédio homeopático. E o que alguns estudos têm demonstrado é que essas terapias complementares têm auxiliado a medicina tradicional e até diminuído a quantidade de medicação hipertensiva do paciente”, exemplifica Tavares.
Pacientes terminais
Em quadros de doenças graves e até quando não há possibilidade de cura, a espiritualidade se apresenta como uma ferramenta para tornar a rotina do paciente mais leve, oferecendo uma percepção menos traumática do momento que envolve a morte. O médico cardiologista, Osvaldo Moreira, considera ser importante que o médico e sua equipe estimulem o contato do paciente com seu lado espiritual.
“A ausência de espiritualidade é um fator agravante do sofrimento de forma significativa e a presença da espiritualidade significa uma vivência mais amena, menos sofrida, de quem se aproxima desse momento e daqueles que estão em torno dele”, diz Moreira.
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Blog de Assis Ramalho com informações da Faculdade de Medicina da UFMG/Saúde com Ciência
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