Mandados estão sendo cumpridos em Salvador (Foto: Fernanda Rebouças/TV Bahia)
Segundo a Polícia Federal, a operação investiga um grupo criminoso responsável pela possível prática de financiamento ilegal de campanhas políticas na Bahia e por esquemas de fraudes em licitações e contratos no Ministério das Cidades.
A operação também investiga se o esquema de financiamento foi usado na campanha eleitoral de Rui Costa ao governo do estado. O G1 entrou em contato com a assessoria do governador informou que não tem informações sobre o assunto.
A PF esteve no prédio onde mora o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e ex-ministro das Cidades pelo Partido Progressista (PP), Mário Negromonte, em Salvador, na manhã desta terça-feira. O G1 tentou contato com a assessoria do ex-ministro, mas ninguém foi localizado. O ex-ministro Márcio Fortes também é um dos investigados.
Ainda na capital baiana, mandados são cumpridos na agência de publicidade Propeg, no bairro da Barra, e na sede do PT, no Rio Vermelho. Não foi divulgado o número total de mandados no estado. O G1 tentou falar com a Propeg por telefone, mas ninguém foi localizado na agência.
Os mandados foram deferidos pela ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça, pois os investigados têm foro privilegiado.
O contrato da Propeg com o Ministério das Cidades foi por meio de uma licitação no valor de R$ 45 milhões. A polícia trabalha com a suspeita de que os ex-ministros Mário Negromonte e Márcio Fortes teriam recebido propina para beneficiar a Propeg neste contrato.
Por meio de nota, o Ministério das Cidades informou que não recebeu nenhuma notificação sobre operação da Polícia Federal envolvendo recursos da Pasta. O Ministério disse que, em poder das informações, terá condições de avaliar do que se trata e capacidade de instaur processos administrativos disciplinares para investigar a denúncia.
Linhas de investigação
A PF informou que uma das linhas de investigação trata da suspeita de que os esquemas investigados realizavam triangulações com o objetivo de financiar ilegalmente campanhas eleitorais.
Para isso, há suspeitas de que uma empreteira que também é alvo da operação, contratava de maneira fictícia empresas do ramo de comunicação especializadas na realização de campanhas políticas, remunerando serviços prestados a partidos políticos e não a empresa do ramo de construção civil. A empreteira OAS é alvo da investigação. O G1 tentou contato com a sede da empresa, em Salvador, mas as ligações não foram atendidas.
Outra linha de investigação pretende investigar a ocorrência de fraudes em licitações e contratos do Ministério das Cidades.
A Operação Hidra de Lerna, que deriva de três colaborações de investigados na Operação Acrônimo, já homologadas pela Justiça e em contínuo processo de validação pela Polícia Federal, tem como origem dois novos inquéritos em tramitação no STJ e cuja distribuição entre os ministros da corte ocorreu de forma automática.
G1 BA
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