Os episódios do Saúde com Ciência são apresentados de segunda a sexta pela Web Rádio Petrolândia, intercalados com reprises de programas anteriores, dedicados a outros temas.
Em 2016, serão registrados cerca de 16 mil novos casos de câncer de boca no país, segundo estimativa divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). Hoje, um dos tipos mais comuns no Brasil, o câncer de boca pode se manifestar nos lábios, bochechas, língua, glândulas salivares e até na garganta. Dos mais de 5 mil óbitos devido à doença em 2013, mais de 4 mil foram da população masculina.
Isso ocorre porque os fatores de risco mais conhecidos da doença estão relacionados ao consumo regular do álcool ou cigarro, hábitos praticados, principalmente pelos homens, além da infecção pelo papilomavírus humano (HPV). O cirurgião e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Alexandre de Andrade, afirma que, inicialmente, o câncer de boca não apresenta sintomas e pode ser confundido com uma afta: “É uma ferida, como uma afta, que não cicatriza. Não dói, não sangra nem dá mau cheiro”.
“Contudo, à medida que cresce, ela começa a se infiltrar nas estruturas ao redor e se aprofunda, podendo causar, além de dor e sangramentos, amolecimento dos dentes e dificuldade para engolir ou respirar”, completa o professor. Em menor escala, crianças e adolescentes também podem desenvolver esse tipo de câncer, mas esses casos não estão associados ao alcoolismo ou tabagismo. A melhor forma de prevenção é evitar o consumo em excesso dessas substâncias e, no caso do HPV, tomar a vacina, que é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Alexandre de Andrade esclarece como é realizado o tratamento, que também deve ser disponibilizado pelo SUS: “Hoje, o tratamento padrão do câncer de boca é a cirurgia, que apresenta melhores resultados em termos de sobrevida ao paciente”. Ele ainda ressalta que é necessário estar atento para impedir que o câncer se espalhe, principalmente para os gânglios linfáticos localizados no pescoço. “Quando tratamos esse quadro, temos que preocupar não só com a lesão primária na boca, mas também com os linfonodos do pescoço, porque esse tumor, frequentemente, dissemina para essa região”, alerta.
Diagnóstico tardio
Boa parte dos 16 mil casos previstos para este ano se encontra em estágio avançado. Isso acontece, segundo o especialista, tanto porque o paciente não identificou os sinais do câncer, confundindo-o com uma afta, e não procurou assistência médica, como devido ao desconhecimento do profissional de saúde, que pode não suspeitar do quadro.
Com um diagnóstico tardio, Alexandre de Andrade lista algumas consequências: “A gente tratar o paciente com doença avançada acarreta internação prolongada, custo de tratamento muito elevado, muitas vezes é necessário não só a cirurgia, mas também a radioterapia e a quimioterapia”. A prevenção do câncer é, portanto, o melhor caminho e um diagnóstico precoce permite que o tratamento seja feito ambulatoriamente.
No Saúde com Ciência desta semana, especialistas reforçam a discussão sobre como diferenciar uma “simples” afta de um possível tumor na boca, além de comentarem outros problemas que surgem na região bucal, como a cárie e a gengivite.
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.
O programa também é veiculado em outras 180 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.
Redação: Luís Gustavo Fonseca | Edição: Lucas Rodrigues
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