Com a declaração, o sarampo se torna a quinta doença prevenível por vacinação a ser eliminada nas Américas, após a erradicação da varíola, em 1971; da poliomielite, em 1994, e da rubéola e da síndrome da rubéola congênita, em 2015. O resultado, segundo a Opas, culmina um esforço de 22 anos de ampla administração da vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola no continente.
Antes do início da vacinação maciça, em 1980, o sarampo causava cerca de 2,6 milhões de mortes por ano no mundo. Entre 1971 e 1979, foram cerca de 100 mil óbitos somente nas Américas. Um estudo sobre a efetividade da eliminação do sarampo na América Latina e no Caribe estima que, com a imunização, os países da região preveniram 3,2 milhões de casos e 16 mil mortes entre 2000 e 2020.
Último caso na região
De acordo com a Opas, a transmissão do vírus do sarampo nas Américas foi interrompida em 2002, quando o último surto endêmico foi notificado na região. Entretanto, como o sarampo continua circulando em âmbito mundial, alguns países haviam notificado casos importados.
Entre 2003 e 2014, o número total de casos de sarampo importados ou relacionados à importação do vírus chegou a 5.077 no continente.
No Brasil, surtos isolados e ligados a vírus importados começaram em 2013 e registraram os últimos casos no ano passado. O Comitê Internacional de Peritos esperou a comprovação das evidências da interrupção antes de anunciar a declaração confirmada hoje. A eliminação do sarampo no Brasil foi declarada em julho pela Opas.
A doença
O sarampo é classificado pela Opas como uma das doenças mais contagiosas e afeta sobretudo crianças. É transmitido por gotas de saliva procedentes do nariz, boca e garganta de pessoas infectadas. Os sintomas incluem febre alta, erupção generalizada em todo o corpo, congestão nasal e irritação ocular.
A doença pode causar complicações graves como cegueira, encefalite, diarreia intensa, infecções do ouvido e pneumonia, sobretudo em crianças com problemas de nutrição e pacientes imunodeprimidos. Em 2015, foram notificados 244.704 casos de sarampo no mundo – mais da metade na África e na Ásia.
Vigilância e vacina
Para manter a eliminação do sarampo, a Opas recomenda a todos os países das Américas que fortaleçam a vigilância ativa e mantenham a imunidade de sua população por meio da vacinação.
Agência Brasil
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