A interdição expedida pela Adagro fixou um prazo de 48 horas para que o município de Pesqueira faça as adequações necessárias para garantir que o abatedouro volte a funcionar sem oferecer riscos à população. Porém, a promotora de Justiça de Defesa da Saúde de Pesqueira, Andréa Magalhães Porto, já solicitou nova inspeção à Adagro, a fim de que seja mantida a interdição do equipamento.
“O Ministério Público tem todo o interesse em mostrar as condições em que se encontra o matadouro de Pesqueira, porque essa carne que é produzida aqui vai parar na mesa dos cidadãos. O abate de animais, nas condições em que se encontra esse matadouro, traz um grande risco para a saúde das pessoas que lá trabalham e do público em geral”, alertou a promotora de Justiça.
Andréa Porto ainda explicou que a falta de estrutura é comum a outras cidades da região, onde os matadouros foram fechados, e que essa situação levou a um aumento no número de marchantes que recorrem ao abatedouro de Pesqueira, resultando em piores condições sanitárias.
A inspeção foi acompanhada pela médica veterinária da equipe técnica que faz parte do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça do Consumidor (Caop Consumidor), que detalhou as inúmeras irregularidades encontradas. Segundo os técnicos, ficou comprovado, através de registro fotográfico, que as vísceras dos animais abatidos estavam no chão, misturadas com sangue e fezes, e o abatedouro não tem a infraestrutura de escoamento adequada, uma vez que o transporte das fezes é feito em carros de mão, que transitam pelos ambientes onde é feito o corte da carne. Além disso, os trabalhadores estavam em contato direto com esses agentes contaminantes biológicos, pois não trabalham com equipamentos de proteção individual (EPIs), como botas e luvas.
Dentre as medidas apresentadas à Prefeitura de Pesqueira como necessárias para reabertura do matadouro estão providenciar EPIs para todos os trabalhadores que fazem o abate e corte das carnes; trocar as instalações elétricas, que foram feitas de forma improvisada; reformar e pintar as mesas onde é feito o corte das peças; e instalar os banheiros disponibilizados para o uso dos funcionários.
“O consumo de carne que não passou pelos padrões sanitários exigidos expõe as pessoas a várias doenças graves, como a cisticercose e infecções bacterianas. Os moradores de Pesqueira precisam estar atentos a esses riscos”, complementou a promotora de Justiça.
MPPE
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