Suposto desvio de R$ 100 milhões é investigado pelo MPPE no município (Foto: Paula Cavalcante/ G1/Arquivo)
O município de Belém de Maria, na Mata Sul de Pernambuco, está sob o comando do terceiro gestor em menos de um ano. A presidente da Câmara assumiu a prefeitura nesta segunda-feira (12) durante sessão na Câmara de Vereadores, conforme a procuradoria do município. Ela tomou posse do cargo após a vice-prefeita ser afastada na sexta-feira (9). As mudanças se dão após a "Operação Pulverização" que investiga um suposto desvio de R$ 100 milhões no município.
A presidente da Câmara, Maria do Socorro Barbosa de Araújo (PPS), disse que pediu desistência da reeleição para assumir o cargo de prefeita. Ela foi vereadora por dois mandatos. Já a vice-prefeita - que foi afastada do cargo por determinação da Justiça - é candidata à prefeitura. Ela está entre os investigados da "Pulverização", conforme informou o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em fevereiro deste ano. Ela assumiu a prefeitura - em dezembro de 2015 - quando o prefeito Valdecir José da Silva (PSB) fugiu após a operação ser deflagrada. O prefeito passou sete meses foragido e se entregou à polícia em 30 de agosto, no Recife.
Prefeito se entregou
O prefeito de Belém de Maria, Valdecir José da Silva (PSB), se entregou à polícia no dia 30 de agosto, no Recife. Ele estava foragido há sete meses suspeito de chefiar um grupo criminoso responsável por desviar R$ 100 milhões da Prefeitura de Belém de Maria.
Por telefone, o G1 conversou com o advogado de defesa do prefeito, Piero Sial. Ele informou que Valdecir José se entregou "de livre e espontânea vontade após firmar acordo com o Ministério Público de Pernambuco, por meio do promotor Frederico Magalhães.". O advogado ainda destacou que o próximo passo é provar a inocência do gestor. O G1tentou entrar em contato com a Prefeitura e a Câmara de Vereadores de Belém de Maria, mas as ligações não foram completadas. O G1 ainda solicitou um posicionamento da prefeitura por e-mail, mas ainda não recebemos resposta.
O Ministério Público estadual (MPPE) e a Polícia Civil procuravam o prefeito desde 23 de janeiro deste ano.
A investigação do Ministério Público foi destaque no quadro "Cadê o dinheiro que tava aqui?", do Fantástico, na Rede Globo.
'Operação Pulverização'
Durante as ações, foram expedidos 13 mandados de prisão. Cinco vereadores e um funcionário da prefeitura de Belém de Maria foram presos durante a segunda fase da Operação Pulverização. Foram presos o presidente da Câmara de Vereadores, José Jairo Leonildo de Brito, e os parlamentares Jailson José da Silva, Josival Carlos dos Santos, Antônio José da Silva e Carlos José Soares - segundo a Polícia Civil informou à época.
O procurador e coordenador do Gaeco - vinculado ao MPPE -, Ricardo Lapenda Figueiroa, explicou que as investigações começaram com a promotoria de Palmares. "No primeiro momento foram descobertas algumas empresas fantasmas. Foram quebrados sigilos fiscais e na análise inicial havia o desvio de R$ 3 milhões. [...] O valor já passa dos R$ 9 milhões".
Primeiras prisões
Um secretário de finanças e mais seis pessoas foram presas no dia 19 de novembro de 2015. A ação do MPPE e da Polícia Civil buscou suspeitos de criar empresas fantasmas, lavar dinheiro e fraudar licitações. Na época, quatro suspeitos foram localizados em Água Preta, um em Catende, um em Palmares e outro em Caruaru.
G1 Caruaru
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