quarta-feira, setembro 14, 2016

Caso Artur Eugênio: julgamento é adiado para 21 de setembro após um dos réus dispensar advogados

Artur Eugênio Pereira foi morto a tiros em maio de 2014

O julgamento de Cláudio Amaro Gomes Júnior e Lyferson Barbosa, acusados pela morte do médico Artur Eugênio de Azevedo Pereira, foi adiado dessa quarta-feira (14) para o dia 21 de setembro. A suspensão da sessão foi determinada pela juíza Inês Maria de Albuquerque após o réu Cláudio Amaro Gomes Júnior protocolar duas petições, às 9h20 e 9h21, notificando a 1ª Vara do Tribunal do Júri de Jaboatão dos Guararapes da destituição de dois de seus advogados. O terceiro advogado, Luiz Miguel dos Santos, apresentou atestado médico indicando a necessidade de afastamento por um período de quatro dias, o que acarretou a falta de defesa técnica para o réu durante a sessão, inviabilizando a realização da mesma.

Com o objetivo de evitar que essa situação se repita no julgamento marcado para o dia 21, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitou, por meio da promotora de Justiça Dalva Cabral, que a Defensoria Pública do Estado seja intimada para designar um defensor público para acompanhar a ação penal.

“Com o deferimento desse pedido, se na próxima semana o advogado do réu Cláudio Amaro Gomes Júnior não puder atuar, o defensor público assume o caso e o julgamento continuará normalmente. O caso está pronto para ser julgado”, explicou Dalva Cabral. Ela ainda afirmou que causou estranhamento e surpresa a decisão do réu de destituir os advogados minutos antes do início do julgamento, pois os profissionais haviam sido contratados no início do mês de setembro para atuar apenas no júri popular.

O adiamento da sessão não foi bem recebido pelos familiares e amigos de Artur Eugênio, que vieram da cidade de Campina Grande, na Paraíba, para acompanhar o júri. “Estamos surpresos com essa estratégia da defesa para atrasar o julgamento, mas a luta continua. Se hoje viemos da Paraíba com um ônibus, podem ter certeza que na próxima semana serão dois”, disse a mãe do médico, Maria Evani Pereira.

Já o advogado destituído por Cláudio Amaro Gomes Júnior, Anderson Flexa Leita, afirmou que os pedidos feitos pelo réu não faziam parte de uma estratégia para tentar atrasar uma possível condenação. “O processo foi fracionado para que os integrantes da defesa pudessem dividir as responsabilidades. Mas a maior parte da instrução foi feita pelo advogado Luiz Miguel dos Santos, enquanto os dois estavam auxiliando, então seria mais adequado que o réu contasse com o seu principal advogado, que não poderia atuar por motivos de saúde”, informou.

A promotora Dalva Cabral destacou que, apesar da suspensão da sessão dessa quarta (14), o MPPE entende que a condenação dos réus será muito importante para dar uma resposta à sociedade em um caso que mobilizou tanto a atenção das pessoas. “O que a família deseja não é possível, porque Artur não vai voltar. Mas as pessoas que cometeram esse crime não podem ficar impunes, porque essa vítima não deixou órfãos apenas seus familiares, mas também os pacientes que ele cuidava. Artur foi um médico que honrou o juramento que fez, colocando a saúde dessas pessoas à frente dos seus próprios interesses”, complementou a promotora de Justiça.

MPPE

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