A investigação aponta alternativas que diminuem o uso de agrotóxicos no controle de pragas no coqueiro, trazendo uma opção de cultivo mais viável aos pequenos e médios produtores.
A reportagem foi publicada por Universidade Federal do Ceará - UFC, 22-08-2016.
O material foi publicado pela revista científica Experimental and Applied Acarology e, ainda, pela universidade holandesa, em julho deste ano, com o título "Evidence of Amblyseius largoensis and Euseius alatus as biological control agent of Aceria guerreronis" (Evidência de Amblyseius largoensis e Euseius alatus como agentes de controle biológico de Aceria guerreronis), como parte da tese de doutorado "Small is superior – Plant-provided prey refuges, predator-prey dynamics and biologial control" (O menor é superior – Refúgio de presas providos por plantas, dinâmica presa-predador e controle biológico).
"A pesquisa mostra o controle biológico do ácaro-da-necrose-do-coqueiro através do uso de ácaros predadores. Nesses sistemas, pulverizações têm sido feitas de forma preventiva, o que eleva demasiadamente os custos. Mostramos, no trabalho, que alguns ácaros predadores, um pouco menores de 0,5 milímetros, conseguem acessar a região do fruto onde estão as pragas, caracterizando-as como espécies potenciais para o controle biológico do ácaro-da-necrose-do-coqueiro. Ainda os ácaros predadores maiores, que dificilmente conseguem acessar a essa região, também alimentam-se em campo da praga, provavelmente durante a dispersão dela para novos frutos. Tais espécies são igualmente importantes para o controle biológico da praga", comenta o Prof. José Wagner.
De acordo com o professor, as informações produzidas pelo estudo poderão subsidiar aperfeiçoamentos dos atuais programas de manejo das pragas no coqueiro no País. "É um resultado importante para a cultura do coqueiro e consequente para o Brasil, que registra perdas elevadas provocadas pelo ácaro-da-necrose-do-coqueiro, como redução do número, peso, volume de água e valor comercial dos frutos", afirma.
Conduzida com os pesquisadores Heike Staudacher e Fernando Silva, da Universidade de Amsterdã; Débora Lima e Manoel Gondim, da Universidade Federal Rural de Pernambuco; e Maurice Sabelis, também da Universidade de Amsterdã, um dos maiores especialista do mundo em Acarologia, o estudo ainda apontou luzes a um problema vivido pelos holandeses: ácaros que atacam as plantações de tulipas.
"Em Amsterdã, ou na maioria dos países temperados que produzem tulipas, eles enfrentam problemas com ácaros em sistema semelhante ao do coqueiro. Lá o ácaro praga habita uma região entre as pétalas das tulipas e os ácaros predadores que ocorrem naquela região são grandes, não realizando um controle biológico satisfatório da praga. Então, eles resolveram utilizar esses pequenos ácaros predadores do coqueiro contra o ácaro praga na tulipa e os resultados foram absurdamente melhores que os atuais. Dessa forma, percebe-se que o intercâmbio entre os países e pesquisadores representa via de mão dupla no qual os dois podem sair ganhando, sem falar do enriquecimento cultural", ressalta o pesquisador.
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - Adital
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