Homenagem foi proposta pelo presidente Guilherme Uchoa, com o apoio dos deputados Joaquim Lira, Priscila Krause e Tony Gel (Foto: Henrique Genecy/Alepe)
Ao abrir a cerimônia, Uchoa destacou os relevantes serviços prestados por Maciel ao Brasil e a Pernambuco. “A Assembleia presta uma homenagem ao homem público, ao gestor, cidadão, pai, esposo e avô, que é lembrado por aqueles que divergiam de suas posições político-partidárias, mas reconhecem suas qualidades morais, humanas, cristãs e, principalmente, a igualdade com que tratava os semelhantes.”
O político, que sofre do mal de Alzheimer, não compareceu à solenidade. Ele foi representado pela mulher, Anna Maria Maciel, e o filho João Maurício, que receberam da Assembleia uma placa comemorativa. Durante a Reunião Solene, também foi exibido um vídeo, elaborado pela Superintendência de Comunicação Social da Alepe, sobre a trajetória política de Maciel.
Priscila Krause fez o agradecimento em nome da família. A deputada afirmou ser difícil traduzir a importância de Maciel. Segundo a parlamentar, só quem conviveu com ele consegue entender sua notável singularidade, retidão de caráter e espírito público. “Culto, pensador e de ação transformadora, criou uma escola política, o ‘macielismo’: um modo de fazer política inspirado no consenso e na conciliação. Ele é o ser humano menos imperfeito que conheci em toda a minha vida”, completou, emocionada.
A Reunião Solene foi prestigiada por vários políticos e autoridades do Estado. Entre eles, os ministros da Educação e das Cidades, Mendonça Filho e Bruno Araújo, respectivamente; o secretário estadual das Cidades, André de Paula; os ex-governadores Roberto Magalhães, Gustavo Krause e Joaquim Francisco; e o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Carlos Porto. A cerimônia foi pontuada por apresentações musicais da Orquestra Criança Cidadã, do cantor Ed Carlos e do instrumentista Beto Hortis.
Trajetória – Tendo assumido o mandato em 1966, foi na Assembleia Legislativa de Pernambuco que Marco Maciel proferiu memoráveis discursos, como o de 9 de maio de 1968. Nele, o político citou que “a paz é uma moeda de duas faces, uma das quais é a abstenção do uso da força, e a outra, a criação de condições de justiça. Portanto, não podemos esperar que uma possa existir sem a outra”.
Durante os anos 1970, Maciel elegeu-se deputado federal por Pernambuco em duas ocasiões. Entre 1979 e 1982, como governador do Estado, implantou o polo petroquímico no Complexo Industrial de Suape; executou o Projeto Viver, programa de apoio às populações da zona canavieira; e o Projeto Asa Branca, que visava ao desenvolvimento do Semiárido. Marco Maciel foi eleito senador em 1984 e, no Congresso Nacional, participou do processo de redemocratização do Brasil e da promulgação da Constituição Federal de 1988.
No governo do presidente José Sarney, a partir de 1985, Maciel foi ministro da Educação e, posteriormente, ministro da Casa Civil. Em 1987, voltou para o Senado Federal, para o qual foi reeleito em 1990, e em 1995 assumiu a vice-presidência do Brasil, na gestão de Fernando Henrique Cardoso. Um dia, ao ser questionado sobre as principais qualidades de seu vice, o ex-presidente FHC ressaltou a discrição e a fidelidade, características que acompanharam Marco Maciel desde o início de sua vida pública, cinco décadas atrás, e pelas quais ele ficou conhecido e admirado no meio político.
Alepe
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