Em 2009, na comemoração dos 100 anos de emancipação política de Petrolândia, o programa Acordando com as Notícias (extinta 102 FM), apresentado por Assis Ramalho, promoveu o quadro "Declare seu amor a Petrolândia".
O amigo cantor e desportista Epifânio Barros (Rollistone) participou com a mensagem abaixo, uma aula de história em versos, com menção a vários personagens da nossa cidade.
Petrolândia: 100 anos de história
Autor: José Epifânio Barros (Rollistone)
Vou falar de Petrolândia
minha querida cidade
dos meus tempos de criança
digo com sinceridade
a saudade dela vem
o soluço vem também
a pura realidade.
Que cidade tão querida
com encantos e beleza
ficávamos bem à vontade.
Liberdade com certeza
nunca vi coisa mais bela
pois o que faltava nela
era o nome Natureza.
Eram várias das escolas
alunos a todo instante.
Aliança era uma
a Maria Cavalcanti...
Existiam umas dez
porém lá no Grupo "véi"
a aula era emocionante.
Dos antigos diretores
vale a pena ressaltar
no Colégio de Petrolândia
eu lembro de seu Osmar,
Maria dos Santos mandava
e a moral continuava
com o Dr. Itamar.
À beira do Velho Chico
bons lugares visitei
na bomba, cais e pontão
muitos banhos eu tomei.
Da visita ao Areião
com tanta animação
garanto que eu fiquei.
Lá na Estação do trem
muitas vezes eu brinquei
pega pega, esconde esconde,
quantas topadas levei.
Corria para a Usina
onde era a mesma sina
se divertir todo mês.
O cinema de Valmir
era o Cine São Francisco
um enorme passatempo
com filmes de alto risco
das cenas você não esquece
de ação e faroeste
e também o sexo explícito.
O Piçarrinha famoso
quando foi inaugurado
teve festa animadíssima,
divertimento sagrado,
a Super OARA tocou
onde muita gente brincou
sem ninguém ficar parado.
No campo de aviação
era sempre uma jornada
juntavam muitos amigos
pra bater uma pelada
e a grande atração
quando chegava um avião
o povo se admirava.
Também lá na Prefeitura
teve administração
passou famosos prefeitos
com trabalho e decisão
eram nomes respeitados
vez em quando criticados
por toda população.
José Gomes de Avelar,
um homem de soluções,
Rui Aquino, Zé de Caboclo,
Zé Dantas, Dr. Simões,
Amadeu fez seu caminho
e tanto trabalhou Marquinhos
e agora Lourival Simões.
E lá na casa de hóspede
que na Vilita ficava
abrigou D. Pedro II
que aqui nos visitava.
Era um homem de bem
fez o cais e trouxe o trem,
a história ficou marcada.
Lembrou de Raimundo Barbeiro,
homem de grande valia,
qual um que lá chegava
pra fazer sua barbinha,
a Gilette deslizava
no rosto de quem chegava
deixando a pele macia.
Vou falar de João da Foto,
que tirava o retrato,
a máquina era esquisita
com um pano enganchado
a foto vinha com jeito
sem haver nenhum defeito,
um fotógrafo respeitado.
Vou falar de dona Izinha,
a grande mulher de nome,
casa com o músico Cláudio
que tocava o seu trombone.
Ela tinha uma lojinha
e Cláudio lá na bandinha
garanto deixou seu nome.
No Posto Zé Marcelino
combustível de primeira
seu carro abastecido
rojão a semana inteira.
A fila crescia mais
no hotel de Zé Ferraz
a pousada era primeira.
Na avenida principal,
onde Panta tinha o hotel,
era aonda iniciava
a avenida lá do Shell.
Com Panta e o Zé Pereira
carnaval era primeira
com foliões a granel.
Descia de manhãzinha
pra o açougue ajudar
o veterano Pichát.
Passava o dia lá
muitas carnes carregava,
muito osso ele quebrava
pra um trocado ganhar.
Na Igreja São Francisco
a missa era celebrada,
o povo rezava o terço
e o padre abençoava.
Bonito era o batizado,
o casamento sagrado
naquela casa sagrada.
Em Petró tinha o Pelotas,
uma equipe organizada,
juventude de primeira
era quem participava:
Ratinho, Assis e Punaré;
Deó, Caçote, Dão e Mané;
Biro-biro nele jogava.
João de Zefa, que saudade!
Cidadão trabalhador,
fez muito por Petrolândia,
era o nosso encanador.
Ele nunca andava triste,
a herança ainda existe:
Urura, o locutor.
Preguinho, o corajoso,
tinha a superstição,
nunca ter medo da vida
e nem ver assombração.
Garanto ele vendeu
a muita gente que morreu
inaugurou o seu caixão.
Vou falar de um grande amigo
dos quartos de aluguel,
Chico de Maricota sim,
a dormida era um céu,
não gostava de conversa,
pra alugar não tinha pressa,
tinha quartos pra dedéu.
Germana de Zé Pereira
vendia o seu bolinho
no mercado, com Ki-Suco
de morango, bem docinho.
Ela andava com o neto
Gaiá, que era muito esperto,
o filho de Bonitinho.
Quem lembra de Antonio Leandro
alugando bicicleta?
Tinha nova e usada,
e daquelas que não presta.
Muita gente alugava
e quando o cabra demorava
virava uma molésta.
Zé Lino tinha o seu bar,
de esquina lá ficava,
onde vários dos amigos
tomavam uma bicada.
Lá vendia figurinha
e cerveja geladinha
e o povo sempre comprava.
Vou falar de uma pessoa
que vendia o seu leitinho,
saudosa Bela do Leite,
que vivia no quartinho.
Ela falava estridente,
sua saia era atraente,
arrastava o chão todinho.
Lá no Alto da Raposa
era aquela animação,
um bairro de gente humilde
e de grande coração.
Não havia estrimilique,
morava Chico do Pife,
Mosquito e seu povão.
Lá na rua do Funil
era aquela disputa,
quem passava na avenida
se encontrava com Duduta.
Era um homem respeitado,
quando era apelidado
agora... fela da puta.
Luiz Guará artesão
trabalhava de verdade,
muito carro de madeira
fazia lá na cidade,
Era um serviço bem feito,
muito mais do que perfeito,
artista de qualidade.
E Vevéio da Peteca,
só vivia aperriado,
atirava uma pedra
quando o apelidavam.
A peteca vadiava,
Vevéio se arretava,
ficava agoniado.
Não podia esquecer
de um grande companheiro,
desportista afamado,
um artista verdadeiro,
trabalhador respeitado,
competente e educado,
É seu Lon relojoeiro.
De José Epifânio Barros (Rollistone)
Para: Programa Acordando com a Notícia
Locutor: Assis Ramalho
Quadro: Declare seu amor a Petrolândia
Petrolândia querida
100 anos de dedicação,
segue fazendo história
sempre na memória da população.
Redação do Blog de Assis Ramalho
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