Casa do prefeito, em Aldeia, foi alvo de busca e
apreensão (Foto: TV Globo/Reprodução)
Após convocar a imprensa para dar explicações sobreum suposto esquema de desvio de R$ 100 milhões que está sendo investigado pela Polícia Federal no município, o prefeito de Camaragibe, Jorge Alexandre (PSDB), passou mal e não compareceu à entrevista coletiva nesta quarta-feira (6). O secretário de Governo, André Guerra, substituiu o gestor e reafirmou a inocência dele, repetindo o conteúdo da nota divulgada na terça (5).
O prefeito é um dos alvos da Operação Black List (‘Lista Negra’, em inglês), que investiga fraudes em licitações para compra de medicamentos pela prefeitura. Na terça-feira (5), ele prestou depoimento na casa onde mora, no bairro de Aldeia, enquanto os policiais federais cumpriam mandado de busca e apreensão. O secretário de Finanças, Emmanuel Rei Martins dos Santos, também foi intimado a depor na sede da PF, no Bairro do Recife.
Segundo o secretário de Governo, o prefeito já foi medicado e, assim que se recuperar, vai se pronunciar sobre o assunto. “Ele tem todo o interesse de esclarecer isso. A gente ainda não teve acesso ao inquérito, mas entende que qualquer coisa surja nesse momento de crise política ganha uma dimensão, mas ele (Jorge Alexandre) está tranquilo”, afirmou.
O secretário disse, ainda, que nada foi encontrado nem na casa do prefeito nem na sede da prefeitura. “Foram apreendidas duas armas, que ele tem porque foi militar, e um contrato de uma empresa dele, que não tem nada a ver. O prefeito não participa dos processos de licitação”, declarou.
André Guerra negou que houvesse irregularidades na aquisição de medicamentos para as unidades de saúde geridas pelo poder municipal. Ele também reafirmou que a prefeitura não gastou R$ 100 milhões com os procedimentos. “Esse valor não existe. Investimos R$ 10 milhões em 14 meses, e isso é pouco para um município como Camaragibe”, ressaltou.
Operação
A Operação Black List (Lista Negra), deflagrada nesta terça-feira (5), apreendeu mais de mil remédios e cinco armas, além de documentos e celulares em imóveis da cidade, do Recife e de Carpina, na Mata Norte. Os imóveis do prefeito da cidade, Jorge Alexandre Soares da Silva, da irmã dele, Josilene Soares da Silva, e do secretário de Finanças Emanuel Rei Martins de França estavam na lista de mandados de busca e apreensão. As investigações tiveram início no ano passado.
Ao todo, foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 5ª região 21 mandados de busca e apreensão. Desse total, 15 foram cumpridos no Recife, cinco em Camaragibe e um na cidade de Carpina, na Mata Norte do estado. A operação contou com a participação de cerca de 130 policiais de Pernambuco, Alagoas e Paraíba.
A ação foi acompanhada por 40 agentes da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa). O órgão vai fazer o rastreamento dos produtos para saber com os fabricantes onde as medicações foram compradas e para quem seriam vendidas. Todos os medicamentos apreendidos seguiram para a sede da agência.
A Polícia Federal chegou a solicitar ao TRF 5 mandados de prisão. Mas as capturas foram negadas. Por isso, a operação se restringiu ao processo de coleta de documentos, remédios e dinheiro. O Tribunal Regional Federal da 5ª região informou, por meio de nota, que, por determinação do desembargador Rubens Canuto, os autos correm em segredo de justiça. Portanto, não pode ser prestada nenhuma informação sobre o processo, sob pena de violação ao sigilo funcional.
Do G1 PE
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