quarta-feira, julho 27, 2016

Hillary Clinton é primeira mulher a concorrer à Presidência dos EUA


A ex-secretária de Estado Hillary Clinton passou a ser, nesta terça (26), a primeira mulher candidata à Presidência dos Estados Unidos por um grande partido. A oficialização da candidatura de Hillary foi feita no segundo dia da convenção nacional do Partido Democrata, no Centro Well Fargo, em Filadélfia, estado da Pensilvânia.

Em votação nominal, os democratas asseguraram a escolha de Hillary Clinton antes do fim da contagem, quando a candidata atingiu o apoio de 2.383 delegados, que é o mínimo necessário para um candidato ser nomeado pela convenção.

Ao longo da campanha, Hillary Clinton obteve o apoio de 2.807 candidatos e foi com esse número que ela chegou à convenção como favorita, sendo inclusiva apoiada pelo seu principal rival Bernie Sanders. Mas, durante a convenção, esse apoio chegou a ser questionado depois que um setor do partido, que apoia Bernie Sanders, ameaçou desafiá-la.

No primeiro dia da convenção, esse setor desafiador do partido chegou inclusive a vaiar a pré-candidata Hillary cada vez que seu nome era mencionado, e até elogiado, por Bernie Sanders. O comportamento desses convencionais que se opuseram a Hillary chegou a preocupar a direção do Partido Democrata, que passou a apostar no discurso do ex-presidente Bill Clinton, e marido de Hillary, como forma de acalmar os ânimos.

A oposição desse setor do Partido Democrata se fortaleceu na semana passado, quando foram vazados os conteúdos de milhares de emails que mostram claramente o favorecimento da cúpula partidária a Hillary Clinton, em prejuízo de Bernie Sanders. A cúpula dos democratas porém pediu desculpas a Sanders e este apoiou Hillary durante a convenção.

Emoção no discurso

Em tom pessoal e emotivo, o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, discursou ontem na convenção nacional do Partido Democrata, enaltecendo as qualidades profissionais e pessoais de sua mulher, Hillary Clinton, para concorrer às próximas eleições presidenciais, em novembro deste ano. Ele advertiu aos eleitores que a Casa Branca, residência dos presidentes norte-americanos, não pode ser o local de moradia de Donald Trump, candidato do Partido Republicano. "A escolha certa é Hillary Clinton", disse Bill.

Dirigindo-se ao auditório - surpreendentemente unido - depois de várias desavenças ocorridas no primeiro dia da convenção, Bill Clinton disse: "Hillary é a única qualificada para aproveitar as oportunidades e reduzir os riscos [que os Estados Unidos enfrentam]". Acrescentou que ela é a pessoa certa para tomar decisões que impliquem mudanças de políticas, em uma resposta às constantes críticas de Donald Trump de que a candidata democrata não é capaz de alterar os rumos das políticas adotadas até o momento pelo governo.

Ao contrário das acusações de Trump, Hillary fez, ao longo da campanha, várias promessas de que vai combater a desigualdade de renda, encaminhar medidas regulamentando a posse de armas e controlar Wall Street (o centro financeiro dos Estados Unidos).

Marco histórico

Ao oficializarem a candidatura de Hillary, que se tornou a primeira mulher a se candidatar à presidência dos Estados Unidos, os delegados do Partido Democrata, reunidos no centro de convenções Wells Fargo, na Filadélfia, no estado da Pensilvânia, tomaram uma decisão que se tornou um marco histórico. Na trajetória histórica de 240 anos da política norte-americana, as mulheres só alcançaram o direito de voto em 1920, depois da aprovação da 19ª emenda na constituição dos Estados Unidos.

Sem estar pessoalmente presente na convenção – ela se encontrava em Nova York -, Hillary Clinton fez ontem a seguinte declaração satélite aos participantes do evento: "Para algumas das meninas presentes [à convenção}, e que ficaram até tarde para assistir [ao evento], tenho o seguinte a dizer: eu posso me tornar a primeira mulher presidente, mas uma de vocês pode ser a próxima".

Apesar da união dos delegados, no âmbito da convenção, do lado de fora havia protestos contra a escolha de Hillary Clinton para representar o Partido Democrata nas eleições presidenciais norte-americanas. Três pessoas foram presas.

Agência Brasil

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