O objetivo da operação é desarticular o grupo suspeito de fraudar resultados de partidas de futebol das séries A2, que corresponde à segunda divisão, A3, terceira divisão e B, quarta divisão. A operação continua em andamento e o inquérito está sob segredo de Justiça.
Segundo a polícia, a quadrilha comprava treinadores e atletas para manipular os resultados. "Não sei nem o que estão fazendo. Agora, tem que ver as pessoas que têm 'rabo' preso', que são culpados. Nunca ganhei nem R$ 1, sou honesto, não tenho nada a ver com isso. Tem que ver os grandes. Passei pelo América de Rio Preto, fui goleiro. Sempre fiz as coisas e ajudei as pessoas, estou sendo preso porque liguei para as pessoas, empreguei jogadores e tenho acesso bom com todos. Nunca manipulei nada", afirma Carlos Luna.
A polícia não informou qual seria o papel do ex-goleiro do América de Rio Preto na quadrilha. Segundo os investigadores, existem gravações de grampos telefônicos que apontam a participação de Luna no esquema, o que ele nega.
Luna foi preso temporariamente por cinco dias e foi levado para a Capital, para prestar esclarecimentos. Atualmente, o América disputa a segunda divisão do Campeonato Paulista.
Em Bauru, duas pessoas também foram presas na operação, mas a polícia não divulgou detalhes das prisões. Foi informado, apenas, que os dois presos não fazem parte de nenhum clube de futebol. Eles foram levados para a Capital.
Game Over
A investigação durou cinco anos e apurou que o placar era manipulado para beneficiar apostadores asiáticos, que faziam apostas pela internet. A propina para pagar os técnicos e jogadores vinha de bolsas de apostas da Indonésia, Malásia e China. O esquema era chefiado por um agenciador carioca e um ex-jogador de futebol que atuou na Indonésia.
Máfia do apito
Em 2005, o escândalo da Máfia do Apito veio à tona. Árbitros foram acusados de manipular resultados de partidas dos principais torneios nacionais para ajudar apostadores a lucrarem com os placares encomendados. No centro do escândalo, o juiz Edílson Pereira de Carvalho, um dos dez que utilizavam o escudo da Fifa no país, foi preso. Várias partidas do Campeonato Brasileiro da Série A que já tinham sido disputadas foram canceladas e realizadas novamente.
Renata Fernandes*
Do G1 Rio Preto Araçatuba
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