As mensagens foram encontradas em um celular de Azevedo, apreendido pela polícia. O ex-presidente da construtora é investigado na Operação Lava Jato.
Em uma conversa, de 1º de abril de 2014, a PF constatou que Otávio Azevedo e Cunha tratam de "alterações legislativas”.
“Eduardo, estas modificações propostas pela CNO estão aceitas pelo Governo e Câmara? (1) não aplicação expressa do parágrafo 2º do art.83 ao regime especial do parágrafo 10º do art 83; (2) supressão do parágrafo 8º do art. 74. Soube por eles: O ponto (1) acima estará alinhado entre o relator e a Fazenda, mas gostaria de assegurar que é isso mesmo! Abs”, pergunta Azevedo.
Cunha responde: “Esse ponto 1 eu acertei mas tem de ser em segredo” e completa com outra mensagem: “O segundo não”.
No relatório, a polícia não diz a qual proposta legislativa se refere o diálogo.
Em outra conversa, de setembro de 2011, eles falam sobre o envio de um “material”. “Você ficou de me mandar um material. Estou no Rio”, diz Azevedo. Cunha responde que mandou parte do material pelos Correios, mas que “o principal” estava com ele. Nas mensagens, os dois não falam o que é o material.
Em fevereiro de 2014, Cunha e Azevedo marcaram um encontro. Nas mensagens, Cunha pergunta o endereço e confirma o horário. Logo depois avisa que vai se atrasar: “A caminho atrasei por causa (sic) de voo e chuva”. “Estamos aqui”, responde Otávio de Azevedo.
Andrade Gutierrez
Em nota, a assessoria da Andrade Gutierrez disse que a construtora mantém o compromisso de colaborar com a Justiça. “A Andrade Gutierrez mantém o compromisso de colaborar com a Justiça. Além disto, tem feito propostas concretas para dar mais transparência e eficiência nas relações entre setores público e privado”, diz o texto. A assessoria destacou que fala em nome da empresa, e não pelo ex-presidente Otávio Marques de Azevedo.
Procurada pela Agência Brasil, a assessoria de Eduardo Cunha ainda não se manifestou.
Agência Brasil
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