quinta-feira, junho 30, 2016

Pesquisadores apontam que 20% dos bebês com danos causados por zika têm perímetro cefálico normal

Pesquisa foi feita por cientistas brasileiros e publicada na ‘The Lancet’. Casos utilizados em estudo foram todos registrados no Brasil.

Uma pesquisa feita por cientistas brasileiros e publicada nesta quarta-feira (29) na revista "The Lancet" concluiu que 1 em cada 5 (20%) bebês com danos causados pelo vírus da zika nasceram com o perímetro cefálico com um tamanho normal.

Foram utilizados na análise 1.501 bebês recém nascidos - os casos foram investigados pelo Ministério da Saúde entre novembro de 2015 e fevereiro de 2016. Desses, 899 foram descartados para a infecção do vírus da zika. Dos 602 restantes (583 localizados no Nordeste), 76 casos foram classificados como definitivos, 54 como altamente prováveis, 181 como moderadamente prováveis e 291 como pouco prováveis (veja abaixo os critérios de classificação).
Dos casos considerados definitivos ou prováveis, os pesquisadores concluíram que 1 em cada 5 tinham o perímetro cefálico com um tamanho considerado normal. Além disso, um terço desses pacientes não tinha histórico de manchas/erupções na pele durante a gravidez.

Entre os 183 casos definitivos ou prováveis ​​em que as mães forneceram informações sobre erupções na pele, 141 (77%) delas relataram que o sintoma ocorreu no primeiro trimestre, 33 (18%) no segundo trimestre, e nove (5%) no terceiro trimestre da gestação.

Critérios das categorias:
As notificações foram divididas em 5 categorias:

- Casos definitivos, com evidências laboratoriais para o zika;
- Altamente prováveis, com resultados de neuroimagem específicos e resultados laboratoriais negativos para outras infecções congênitas, exceto zika;
- Moderadamente prováveis, com neuroimagem específica para a zika, mas sem descartar outras doenças;
- Pouco prováveis, sem detalhas mais relatados pelas equipes locais
descartados

Microcefalia no Brasil
O número de casos confirmados de microcefalia no Brasil chegou a 1.616. Ao todo, foram 8.049 notificações desde o início das investigações, em 22 de outubro, até 18 de junho, com 86 mortes.

Segundo o Ministério da Saúde, 3.416 casos foram descartados e outros 3.007 casos ainda estão sendo investigados.
Os dados são de boletim divulgado no dia 22 de junho. Dos casos confirmados de microcefalia, 233 tiveram teste positivo para o vírus da zika.
Desde outubro, houve 324 notificações de mortes por microcefalia ou outras alterações no sistema nervoso central durante a gestação ou após o parto. Deste total, 86 óbitos foram confirmados para microcefalia e alterações do sistema nervoso central, 56 foram descartados e 182 continuam sob investigação.

G1 SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.