“Assim que tivermos essa confirmação, poderemos fazer a negociação e já estamos discutindo a quantidade e valores para que possamos consolidar esse kit para a rede de saúde. Vamos aguardar a negociação e estabelecer as populações que devem ser atendidas em primeiro lugar”, disse.
O teste, desenvolvido pela Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (Bahiafarma), fornece o diagnóstico de zika em 20 minutos. Além disso, detecta se o organismo já foi ou ainda está infectado pelo vírus.
Atualmente, o teste de zika disponível na rede pública de saúde utiliza o método PCR (que detecta o material genético do vírus), mas isso só ocorre quando o paciente está infectado e o resultado pode demorar semanas.
O presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias, disse que em até dois meses o Ministério da Saúde deve solicitar a fabricação dos kits em larga escala para iniciar a distribuição pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Atualmente, o laboratório tem a capacidade de fabricação de 100 mil testes, por mês, mas precisaríamos de R$ 6,8 milhões, já solicitados ao Ministério da Saúde, para que tenhamos a capacidade de fabricação de até 500 mil unidades do teste. Esse investimento será direcionado à aquisição de tecnologias vindas da Coreia do Sul”, explicou.
Segundo o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Villas Boas, o laboratório “já está muito próximo” da oferta do novo teste à população.
“O ministério ainda deve definir os protocolos de aplicação do teste, com prioridade. Os testes chegarão aos postos de saúde depois que o MS determinar a ordem de compra. Já estamos há seis meses cumprindo as etapas necessárias.”
Durante a visita à capital baiana, Ricardo Barros também visitou unidades de saúde, entre elas as que atendem a crianças com microcefalia - malformação ligada diretamente ao surto de vírus Zika no país.
Orçamento
Barros disse que, desde o ano passado, cerca de R$ 65 milhões foram destinados para o financiamento de pesquisas sobre o vírus Zika em todo o país, mas reconheceu reflexos da crise no orçamento da pasta.
“O governo já consolidou esse primeiro decreto de programação orçamentária, os valores para recompor o orçamento da Saúde. Então, não teremos problemas em cumprir tudo aquilo que está contratualizado com o Ministério da Saúde. Temos dificuldades para novas habilitações que são uma demanda muito grande, mas que devemos aguardar, num momento de crise.”
Agência Brasil
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