O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado
Dos R$ 75 milhões de multa que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e seus filhos terão de pagar como parte do acordo de delação premiada, cerca de R$ 7,9 milhões virão de um trust, empresa constituída em paraíso fiscal. Ele aparece na relação de bens apresentada à Justiça por Expedito Machado, filho de Sérgio Machado. A atitude dele é bem diferente da adotada pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, para tentar evitar a cassação de seu mandato, insiste em dizer não é dono de trusts na Suíça, mas apenas beneficiário.
Além desse trust, no valor de US$ 2,27 milhões, mantido pelo Banco UBS Deutschland AG, Expedito listou ao menos outros quatro. Eles ficam nas Ilhas Virgens Britânicas e totalizam cerca de 3,8 milhões de libras, ou R$ 18,8 milhões no câmbio de hoje. Somando todos os trusts, Expedito disse ter cerca de R$ 26,7 milhões guardados dessa forma. O trust é um tipo de negócio em que terceiros — instituições financeiras, por exemplo — passam a administrar os bens do contrante.
O uso de trusts é o principal argumento de Cunha para dizer que não mentiu à CPI da Petrobras em março do ano passado, quando negou ter contas no exterior. Quando veio à tona a história de que mantinha recursos na Suíça, Cunha sustentou que tinha dito a verdade, porque não se tratava de contas, mas de trustes. E mais: alegou não ser dono do truste, mas usufrutuário. Depois, mudou novamente a versão: não seria usufrutuário, mas beneficiário.
R$ 73 MILHÕES NO EXTERIOR
Expedito Machado, por sua vez, não tem dúvida em dizer que os trustes dos quais é beneficiário são seus. Tanto que parte desses recursos serão usados no pagamento de multas. Ao todo, incluindo trustes, contas e outros investimentos, Expedito informou manter 14 milhões de dólares e 5 milhões de libras no exterior, totalizando aproximadamente R$ 73 milhões.
Da multa de R$ 75 milhões, a maior parte será paga com recursos de Expedito. Uma parcela menor — R$ 27,7 milhões — será garantida por outro filho do ex-presidente da Transpetro: Sérgio Firmeza Machado. O valor vem das cotas mantidas por ele num fundo de investimento.
Os documentos entregues pela família como parte do acordo de delação incluem as declarações de imposto de renda de Machado e seus três filhos. O mais rico deles é Sérgio Firmeza Machado, que declarou ter recebido R$ 48,4 milhões em rendimentos tributáveis no ano passado e um patrimônio de R$ 139,7 milhões. O pai dele, Sérgio Machado, é o que tem menos bens. Fora da Transpetro, informou ter recebido R$ 102 mil em rendimentos tributáveis e possuir patrimônio de R$ 1 milhão.
Em delação, Sérgio Machado contou ter intermediado o pagamento de propina a mais de 20 políticos com origem de contratos da Transpetro.
Além desse trust, no valor de US$ 2,27 milhões, mantido pelo Banco UBS Deutschland AG, Expedito listou ao menos outros quatro. Eles ficam nas Ilhas Virgens Britânicas e totalizam cerca de 3,8 milhões de libras, ou R$ 18,8 milhões no câmbio de hoje. Somando todos os trusts, Expedito disse ter cerca de R$ 26,7 milhões guardados dessa forma. O trust é um tipo de negócio em que terceiros — instituições financeiras, por exemplo — passam a administrar os bens do contrante.
O uso de trusts é o principal argumento de Cunha para dizer que não mentiu à CPI da Petrobras em março do ano passado, quando negou ter contas no exterior. Quando veio à tona a história de que mantinha recursos na Suíça, Cunha sustentou que tinha dito a verdade, porque não se tratava de contas, mas de trustes. E mais: alegou não ser dono do truste, mas usufrutuário. Depois, mudou novamente a versão: não seria usufrutuário, mas beneficiário.
R$ 73 MILHÕES NO EXTERIOR
Expedito Machado, por sua vez, não tem dúvida em dizer que os trustes dos quais é beneficiário são seus. Tanto que parte desses recursos serão usados no pagamento de multas. Ao todo, incluindo trustes, contas e outros investimentos, Expedito informou manter 14 milhões de dólares e 5 milhões de libras no exterior, totalizando aproximadamente R$ 73 milhões.
Da multa de R$ 75 milhões, a maior parte será paga com recursos de Expedito. Uma parcela menor — R$ 27,7 milhões — será garantida por outro filho do ex-presidente da Transpetro: Sérgio Firmeza Machado. O valor vem das cotas mantidas por ele num fundo de investimento.
Os documentos entregues pela família como parte do acordo de delação incluem as declarações de imposto de renda de Machado e seus três filhos. O mais rico deles é Sérgio Firmeza Machado, que declarou ter recebido R$ 48,4 milhões em rendimentos tributáveis no ano passado e um patrimônio de R$ 139,7 milhões. O pai dele, Sérgio Machado, é o que tem menos bens. Fora da Transpetro, informou ter recebido R$ 102 mil em rendimentos tributáveis e possuir patrimônio de R$ 1 milhão.
Em delação, Sérgio Machado contou ter intermediado o pagamento de propina a mais de 20 políticos com origem de contratos da Transpetro.
O Globo
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