Durante debate da qualidade da água do São Francisco, especialista lembrou também que as obras da transposição ficarão comprometidas, caso a barragem de Sobradinho não volte a aumentar o seu volume hídrico. A transposição precisa de 26,4% m3/s de vazão de Sobradinho para que os 12 milhões de nordestinos previstos pelo projeto tenham acesso à água são franciscana. (Foto: Regina Lima/Ascom CBHSF)
Cirilo lembrou que esse novo fator climático, apesar de contribuir para a chegada de chuvas na região Nordeste, poderá reforçar ainda mais o clima de estiagem que perdura na bacia, numa realidade em que “a demanda ultrapassa a oferta de água”. O rio São Francisco passa por uma severa seca, que vem resultando no esvaziamento de um dos principais reservatórios da sua calha, Sobradinho, na Bahia. Ano passado, o reservatório chegou a atingir 1% da sua capacidade útil de armazenamento, comprometendo o abastecimento de populações ribeirinhas dos estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
O especialista, que compôs a mesa do turno da manhã destinada a debater a qualidade da água no São Francisco, lembrou que as obras da transposição ficarão comprometidas, caso a barragem não volte a aumentar o seu volume hídrico. “O equilíbrio entre a oferta e a demanda de água é o que assegura o desenvolvimento econômico dessas regiões”, disse.
A transposição precisa de 26,4% m3/s de vazão de Sobradinho para que os 12 milhões de nordestinos previstos pelo projeto tenham acesso à água são franciscana. Eles se encontram espalhados pelos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Agendada para ser entregue no final de 2016, obra está atrasada há quatro anos, ultrapassando a marca dos R$8,2 bilhões em investimentos, o dobro do previsto inicialmente. “Ela só se tornará, de fato, efetiva quando as estruturas complementares forem finalizadas”, completou ele, referindo-se às obras que estão sendo executadas em paralelo pelos governos estaduais a fim de levar água para os principais polos econômicos do Nordeste Setentrional. Segundo o técnico, algumas delas se encontram em atraso, sem estimativa de término.
O Simpósio do São Francisco aconteceu na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), às margens do Velho Chico. Encabeçado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), em parceira com a instituição científica, o evento reuniu pesquisadores de todo o país para discutir cinco eixos temáticos: qualidade da água, quantidade de água, dimensão social e saúde, governança, e conservação e recuperação hidroambiental.
ASCOM Assessoria de Comunicação do CBHSF
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