sexta-feira, junho 03, 2016

Barqueata alerta sobre os problemas do Velho Chico


Foto: Ivan Cruz

 Foto: Regina Lima

No terceiro ano da Campanha Nacional em Defesa do Velho Chico, o Comitê da Bacia Hidrográfica da Bacia do Rio São Francisco realizou, por meio de uma barqueata, uma verdadeira aula de educação ambiental nas águas são franciscanas. A ação aconteceu nesta sexta-feira, 03 de junho, no trecho do rio que separa as cidades de Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco. Dez barcos enfeitados com os símbolos da campanha ‘Eu viro Carranca para defender o Velho Chico’ navegaram como uma frota de proteção ao rio, chamando a atenção da sociedade para os graves problemas da região. Dentro das embarcações, estudantes, professores, pesquisadores e ambientalistas puderam conferir de perto os dramas vivenciados pelo rio, que abastece mais de 15 milhões de pessoas em seu curso por sete unidades da federação.

“Essa é uma região estratégica para se perceber o impacto da ‘seca de gestão’ na bacia do São Francisco, que tem sofrido com a diminuição da sua vazão, a destruição de sua vegetação, a ocupação de suas áreas de mata nativa e, principalmente, o despejo de esgoto em suas águas, como fazem cidades como Juazeiro e Petrolina”, denunciou Almacks Luiz, membro do CBHSF e presidente do Comitê da Bacia do Rio Salitre. Durante a viagem pelo rio, os barcos fizeram uma parada na Ilha do Fogo para uma ação de peixamento e devolução simbólica de água limpa ao rio.

“Essa é uma atividade continua da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), trazendo alevinos para o rio, na esperança de trazer vida ao Velho Chico”, explicou o engenheiro de Pesca da entidade, Francisco José Souza, que elogiou o caráter educativo da ação do Comitê neste ano. “Essa conscientização deve atingir diretamente os jovens, pois eles podem gerar mudanças significativas na sociedade”, disse.

O engenheiro explicou que foram colocados na água cerca de 40 mil alevinos de espécies nativas como Curimatã, Piau e Pacamã, este último só encontrado no São Francisco. “Mas é preciso a conscientização da sociedade para aguardar o desenvolvimento dos peixes para que eles se reproduzam e garantam descendentes”.

Conscientização que pescadores, como Domingos Márcio Matos, membro do CBHSF, faz questão de divulgar com seus colegas de profissão. “Precisamos saber conviver com o rio São Francisco, não abusando da sua boa vontade conosco e não retirando acima das suas condições. O que vemos hoje é o resultado da falta de amor e cuidado com esse patrimônio do povo brasileiro”.

ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF

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