Coleta de sangue para verificação está sendo realizada com estudantes
Desde 2013, Pernambuco está em processo de certificação da eliminação da filariose no Estado junto ao Ministério da Saúde (MS) e à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS). Em 2003, a prevalência da doença era maior que 1% ou seja, 1.000 pessoas positivas a cada 100.000 examinadas. Há 3 anos, a prevalência da doença se mantém em índices inferiores a 0,001%, com, no máximo, 1 indivíduo positivo registrado por ano – o último caso foi computado em 2013.
Para dar continuidade ao processo de certificação, municípios da Região Metropolitana estão realizando a Pesquisa de Avaliação de Transmissão (TAS). Para o processo, está sendo coletado sangue de alunos do 1º e 2º ano fundamental de escolas públicas e privadas localizadas em áreas que realizaram tratamento coletivo (medicação) por mais de 5 anos. Olinda e Jaboatão dos Guararapes já estão realizando suas atividades, que seguem até o final de maio. Recife fez seus trabalhos entre abril e o início de maio. O Programa de Enfrentamento às Doenças Negligenciadas – Sanar, criado pela Secretaria Estadual de Saúde em 2011 para combater sete doenças, participa da coordenação das ações juntamente com os municípios.
No inquérito para avaliar a transmissão, utiliza-se um teste rápido que consegue detectar a presença do verme no sangue usando apenas duas gotas do material colhido do dedo da mão. A coleta pode ser feita a qualquer hora do dia. Nos 24 bairros visitados nas três cidades, serão realizados três inquéritos bianual até 2018, quando será produzido o relatório final para enviar ao MS e à Opas, que irão verificar a eliminação da doença em Pernambuco e, consequentemente, no Brasil.
“É importante que os pais ou responsáveis das crianças sejam sensibilizados pelas escolas e para que autorizem a realização da coleta nos alunos selecionados para a pesquisa”, ressalta o coordenador do Programa Sanar, Alexandre Menezes.
Os bairros que estão realizando a pesquisa são: Brejo de Beberibe, Alto José Bonifácio, Nova Descoberta, Água Fria, Alto de Santa Terezinha, Linha do Tiro, Passarinho, Mustardinha, Ilha Joana Bezerra, Cabanga e Afogados, no Recife; Alto e Baixo da Colina (Cavaleiro), Quitandinha e Retiro, em Jaboatão dos Guararapes; Alto do Sol Nascente, Águas Compridas, Alto da Bondade, Alto da Conquista, Passarinho, Caixa d'água, Peixinhos, Salgadinho e Sítio Novo, em Olinda.
DOENÇA – A filariose é uma verminose transmitida pelo mosquito da espécie Culex quinquefasciatus. Ela acomete os vasos linfáticos, apenas de seres humanos, podendo provocar dilatação e ocasionar linfedema de membros e/ou mamas, no caso das mulheres, e hidrocele nos homens. Na fase crônica da doença pode aparecer, entre outro sintoma, erisipelas (vermelhidão e inchaço em membros inferiores) e quilúria (urina leitosa). Nas formas graves, pode ocorrer deformações incapacitantes, como a elefantíase.
DADOS – Em 2004, Pernambuco registrou 897 casos positivos de filariose, número que veio reduzindo ano a ano. Em 2011, ano de início das atividades do Sanar, foram 11 casos. Em 2012, foram 5 e em 2013, apenas 1. Não há resultados positivos em 2014 e 2015.
SANAR – Criado em 2011, o projeto, atualmente, é desenvolvido em 141 municípios, que recebem apoio para a vigilância epidemiológica e para o diagnóstico, notificação e o tratamento correto dos casos. As doenças trabalhadas são:leishmaniose viceral, doença de Chagas, hanseníase, filariose, esquistossomose, helmintíase e tuberculose. No final de 2014, o Estado destinou R$ 4 milhões para que os municípios pudessem otimizar suas atividades para combater suas doenças prioritárias.
Secretaria Estadual de Saúde PE
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