quinta-feira, maio 12, 2016

PE avalia eliminação da filariose em três municípios

Coleta de sangue para verificação está sendo realizada com estudantes

Desde 2013, Pernambuco está em processo de certificação da eliminação da filariose no Estado junto ao Ministério da Saúde (MS) e à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS). Em 2003, a prevalência da doença era maior que 1% ou seja, 1.000 pessoas positivas a cada 100.000 examinadas. Há 3 anos, a prevalência da doença se mantém em índices inferiores a 0,001%, com, no máximo, 1 indivíduo positivo registrado por ano – o último caso foi computado em 2013.

Para dar continuidade ao processo de certificação, municípios da Região Metropolitana estão realizando a Pesquisa de Avaliação de Transmissão (TAS). Para o processo, está sendo coletado sangue de alunos do 1º e 2º ano fundamental de escolas públicas e privadas localizadas em áreas que realizaram tratamento coletivo (medicação) por mais de 5 anos. Olinda e Jaboatão dos Guararapes já estão realizando suas atividades, que seguem até o final de maio. Recife fez seus trabalhos entre abril e o início de maio. O Programa de Enfrentamento às Doenças Negligenciadas – Sanar, criado pela Secretaria Estadual de Saúde em 2011 para combater sete doenças, participa da coordenação das ações juntamente com os municípios.

No inquérito para avaliar a transmissão, utiliza-se um teste rápido que consegue detectar a presença do verme no sangue usando apenas duas gotas do material colhido do dedo da mão. A coleta pode ser feita a qualquer hora do dia. Nos 24 bairros visitados nas três cidades, serão realizados três inquéritos bianual até 2018, quando será produzido o relatório final para enviar ao MS e à Opas, que irão verificar a eliminação da doença em Pernambuco e, consequentemente, no Brasil.

“É importante que os pais ou responsáveis das crianças sejam sensibilizados pelas escolas e para que autorizem a realização da coleta nos alunos selecionados para a pesquisa”, ressalta o coordenador do Programa Sanar, Alexandre Menezes.

Os bairros que estão realizando a pesquisa são: Brejo de Beberibe, Alto José Bonifácio, Nova Descoberta, Água Fria, Alto de Santa Terezinha, Linha do Tiro, Passarinho, Mustardinha, Ilha Joana Bezerra, Cabanga e Afogados, no Recife; Alto e Baixo da Colina (Cavaleiro), Quitandinha e Retiro, em Jaboatão dos Guararapes; Alto do Sol Nascente, Águas Compridas, Alto da Bondade, Alto da Conquista, Passarinho, Caixa d'água, Peixinhos, Salgadinho e Sítio Novo, em Olinda.

DOENÇA – A filariose é uma verminose transmitida pelo mosquito da espécie Culex quinquefasciatus. Ela acomete os vasos linfáticos, apenas de seres humanos, podendo provocar dilatação e ocasionar linfedema de membros e/ou mamas, no caso das mulheres, e hidrocele nos homens. Na fase crônica da doença pode aparecer, entre outro sintoma, erisipelas (vermelhidão e inchaço em membros inferiores) e quilúria (urina leitosa). Nas formas graves, pode ocorrer deformações incapacitantes, como a elefantíase.

DADOS – Em 2004, Pernambuco registrou 897 casos positivos de filariose, número que veio reduzindo ano a ano. Em 2011, ano de início das atividades do Sanar, foram 11 casos. Em 2012, foram 5 e em 2013, apenas 1. Não há resultados positivos em 2014 e 2015.

SANAR – Criado em 2011, o projeto, atualmente, é desenvolvido em 141 municípios, que recebem apoio para a vigilância epidemiológica e para o diagnóstico, notificação e o tratamento correto dos casos. As doenças trabalhadas são:leishmaniose viceral, doença de Chagas, hanseníase, filariose, esquistossomose, helmintíase e tuberculose. No final de 2014, o Estado destinou R$ 4 milhões para que os municípios pudessem otimizar suas atividades para combater suas doenças prioritárias.

Secretaria Estadual de Saúde PE

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