terça-feira, maio 31, 2016

Paulista, na Região Metropolitana de Recife, decreta estado de emergência por causa da chuva

Olinda, Recife e Paulista foram os municípios mais prejudicados pelo temporal (Foto: Sumaia Villela/Agência Brasil)

A chuva da madrugada desta segunda-feira (30) atingiu com maior intensidade os municípios de Olinda, Recife e Paulista, obrigando este último a decretar estado de emergência pelos próximos 180 dias. Balanço feito pela Agência Pernambucana de Águas (Apac) mostrou que até as 17hs de ontem foram registrados 138 chamados, sendo, na maior parte deles, 79 ocorrências de alagamentos, além de 24 deslizamentos e nove quedas de árvores.

O tempo continua nublado no Recife, mas sem chuva. Muitos desalojados já voltaram para suas casas, em áreas de risco. O comércio e órgãos públicos reabriram as portas. Algumas áreas continuam alagadas e os estragos são visíveis na região.

A Apac registrou, em 24 horas, mais de 70% do volume de chuva correspondente à média histórica de todo o mês de maio nos três municípios. O maior volume ficou concentrado entre a madrugada e a manhã de segunda-feira (30). No Recife, de acordo com a prefeitura, foram 80 milímetros em apenas uma hora, entre 5h e 6h da manhã de ontem.

Olinda

Olinda foi a cidade mais afetada. Três pessoas da mesma família morreram soterradas depois de um deslizamento de barreira no bairro de Águas Compridas. No total, foram 34 desmoronamentos de morros, dois desabamentos de muro, cinco de imóveis e sete quedas de árvores registrados até a manhã desta terça-feira (31). Oitenta pessoas estão desabrigadas e foram encaminhadas para locais temporários.

Os alagamentos causaram transtorno por toda a cidade, sendo que um pedaço do calçadão da orla marítima ruiu. Ainda hoje, equipes da prefeitura trabalham para desobstruir pontos onde o nível da água ainda não baixou. Um dos bairros mais afetados é Jardim Brasil. De acordo levantamento divulgado pela prefeitura de Olinda, 90% das águas no local já escoaram. Outras ações estão sendo feitas na Vila Popular e na PE-15, além da desobstrução de pontilhões do canal Bultrins/Fragoso, para ajudar no escoamento da inundação.

Na cratera que se abriu no calçadão da orla de Olinda, a prefeitura iniciou trabalhos de contenção – com sacos de areia e mantas de bidim – até que o aterro seja feito novamente, e o muro, a calçada e a via sejam recuperados. A previsão de conclusão, segundo a prefeitura, é entre 20 e 30 dias.

Recife

No Recife, uma criança de quatro anos morreu soterrada no Córrego do Passarinho, limite com Olinda. A prefeitura informou que foram 46 deslizamentos no total, onde nove imóveis foram danificados. Além disso, a Defesa Civil municipal recebeu 53 chamados para vistorias. Setenta moradores da área à margem do Rio Beberibe, próxima ao bairro de Linha do Tiro, foram levados para a Escola Municipal Paulo VI.

Paulista

O município que teve o maior número de desabrigados foi Paulista. Oitocentas pessoas residentes em áreas de risco ou em locais alagados foram acomodadas em quatro escolas públicas, mas a maior parte já retornou para casa, de acordo com o secretário de Segurança Cidadã e Defesa Civil do município, Manoel Alencar. O caso mais grave, segundo ele, é o de 19 pessoas que ficaram sem casa por causa de demoronamentos. “Vamos avaliar a situação para decidir sobre o fornecimento de auxílio moradia”, afirmou o secretário. As aulas, nas insituições de ensino que serviram de abrigo, serão retomadas amanhã (1º).

O bairro onde mais choveu, de acordo com balanço divulgado pela Defesa Civil municipal, foi Maria Farinha, com 213 milímetros até 16h de segunda. Algumas áreas ainda estão alagadas, como no Sítio Fragoso, no limite com Olinda. “Nem conseguimos ir para lá ainda, não estava entrando carro”, disse o secretário.

As defesas civis dos três municípios pediram que os moradores de áreas de risco busquem abrigo na casa de parentes e amigos até que seja seguro voltar para o local atingido.

Agência Brasil

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