sábado, maio 14, 2016

Ministro de Educação e Cultura se reúne com servidores e é vaiado

Segundo Mendonça Filho, os atos não partiram de servidores dos ministérios, mas de "petistas infiltrados". O ministro diz que vai garantir a autonomia de fundações e agências, a preservação do setor audiovisual e a execução da Lei Rouanet.

O novo ministro de Educação e Cultura, Mendonça Filho (DEM), foi alvo de protestos durante reuniões com servidores nesta sexta-feira (13), em Brasília.

Ele se encontrou separadamente com as equipes das duas pastas, que serão unificadas por decisão do presidente em exercício Michel Temer. Nesta sexta, Educação e Cultura ainda funcionavam em prédios distintos.

Pela manhã, a reunião com servidores da Educação teve manifestações pontuais, com gritos de "fora, golpista" e "fora, Temer". À tarde, Mendonça Filho foi ao prédio onde funcionava o Ministério da Cultura para se apresentar aos funcionários, mas foi recebido com vaias e cartazes de protesto.

Em entrevista ao G1 por telefone, o ministro disse ter sido "bem recebido" nas pastas e classificou as manifestações como "vozes discordantes residuais".

Segundo ele, os atos não partiram de servidores dos ministérios, mas de "petistas infiltrados".

"Eram petistas infiltrados que vieram com frases de efeito, 'golpista' aqui e acolá. Nada muito diferente do que estamos vendo no dia a dia. Fui desaconselhado a fazer as duas reuniões, mas avisei [à equipe] que não chegaria para trabalhar sem falar com os servidores", declarou o ministro.

Vídeo feito pelo jornal "O Globo" mostra que os opositores exibiram cartazes com frases como "vaza, Mendonça Filho", "cultura sim, golpe não" e "não reconhecemos governo golpista". O grupo também gritou palavras de ordem como "cultura somos nós, nossa força, nossa voz".

O ministro afirmou que, apesar das manifestações contrárias, conseguiu se apresentar e discursar nos dois encontros.

"Fui e falei, é um princípío democrático. O sujeito pode discordar de mim, mas terá de me respeitar como ministro. Ali tinha diversos participantes que não eram sequer do órgão", disse.

No fim da tarde, o ministro publicou outro trecho da reunião em uma página social. O material tem três minutos e mostra Mendonça Filho falando em frente aos manifestantes.

"Gostaria de estabelecer um canal de diálogo com as áreas técnicas da Cultura, para que a gente possa eliminar qualquer dúvida e preservar todas as áreas", diz.

Programas mantidos

Na entrevista ao G1, Mendonça Filho disse que os programas sociais e os editais que vinham sendo tocados nas áreas de Educação e Cultura serão mantidos, assim como o orçamento que as áreas tinham nos respectivos ministérios. A garantia era um dos temas da reunião com os servidores.

"Nosso objetivo é preservar essas áreas e incrementar os programas mais importantes das pastas. Você pode ter duas pastas separadas e desprestigiadas, ou uma união de duas pastas entrelaçadas, simbolicamente importantes", diz o ministro.

O anúncio do novo secretário Nacional de Cultura, previsto para esta sexta, não aconteceu. O nome, segundo o chefe do MEC, ainda será discutido com o presidente Michel Temer. Apesar disso, o ministro diz que vai garantir a autonomia de fundações e agências, a preservação do setor audiovisual e a execução da Lei Rouanet.

Perguntado sobre a ampliação de programas como Fies e Pronatec, caso haja espaço no orçamento ou fim da crise, Mendonça Filho diz que ainda é cedo para prometer algo. "Vamos avaliar um a um e ver o que pode ser ampliado, melhorado. Hoje ainda é meu primeiro dia de trabalho."

G1 DF

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