sexta-feira, maio 20, 2016

Ministro da Fazenda quer idade mínima de 65 anos para aposentadoria do INSS

Henrique Meirelles diz que atual sistema previdenciário do país não é sustentável Foto: Ailton Freitas

Os brasileiros devem se preparar para ficar muito mais tempo no mercado de trabalho antes de pedir a aposentadoria por tempo de contribuição ao INSS. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na mesma linha do presidente em exercício Michel Temer, deixou claro, na noite de quarta-feira, que pretende defender uma idade mínima para pedir o benefício, tanto para homens quanto para mulheres, aos 65 anos. Foi a primeira vez que ele foi claro sobre o limite etário a ser sugerido, ao defender mais uma vez a reforma da Previdência. Hoje, os brasileiros se aposentam, em média, aos 57 anos, contra 64 dos europeus.

Meirelles voltou a dizer que o sistema previdenciário brasileiro não é sustentável. De acordo com ele, há o risco de pessoas que estão hoje no mercado chegarem ao período de aposentadoria, e o sistema não ter como pagá-las. Por isso, a necessidade de mudar as regras de concessão dos benefícios é urgente. Em entrevista ao SBT, Meirelles foi categórico outra vez:

“O mais importante é assegurar o benefício no futuro dos brasileiros. Não haverá como cumprir os compromissos, porque não poderão ser financiados. Despesa pública é sempre paga pela população. E o sistema previdenciário também”, disse ele, acrescentando: “Temos que criar uma Previdência que garanta a aposentadoria para todos os que têm direito”.


Sobre estabelecer a mesma idade mínima para a aposentadoria de homens e mulheres, Meirelles se baseia no que acontece no exterior.

“Isso aí nós estamos estudando ainda. Mas a maior parte dos países está caminhando para isso”, declarou.

Segundo o ministro, nada está decidido. Na quarta-feira, um grupo formado por representantes do governo e de centrais sindicais se reuniu para debater o tema. A proposta será apresentada em 3 de junho.

A declaração do ministro chegou junto a um novo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontou o aumento da expectativa de vida em cinco anos, em todo o mundo, nos últimos 15 anos. O relatório pode servir de argumento para a reforma no Brasil, visto que, à medida que a população vive mais, a Previdência Social tem que arcar com o pagamento de benefícios por mais tempo. Neste ano, o déficit da instituição deverá chegar a R$ 116 bilhões.

Extra-RJ

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