quinta-feira, maio 05, 2016

CPI da Assembleia Legislativa investiga suspeita de uso de “laranja” em cursos irregulares no estado

Segundo denúncia, a empresa Proex Nordeste estaria cobrando mensalidades por módulos ilegais oferecidos pela Funeso (Foto: Jarbas Araújo)

Durante reunião realizada nesta quarta (4), a CPI das Faculdades Irregulares, em andamento na Assembleia Legislativa de Pernambuco, apurou a suspeita de que a empresa Proex Nordeste, que seria responsável por cobrar mensalidades para a Fundação de Ensino Superior de Olinda (Funeso), seja uma instituição de fachada. A entidade estaria intermediando o recebimento de valores por cursos irregulares oferecidos pela Funeso.

A Comissão, presidida pelo deputado Rodrigo Novaes (PSD), recebeu, na condição de testemunha, o sócio-administrador da Proex Nordeste, Darley Vasconcelos. Ele é irmão do ex-diretor da Faculdade Anchieta, Gedalias Pereira, que foi ouvido pelo Colegiado no dia 30/03 e está oficialmente afastado do cargo. Os parlamentares suspeitam que Gedalias possa ser o verdadeiro responsável pela Proex e por outras entidades suspeitas de irregularidades.

Ao longo do depoimento desta quarta, Darley Vasconcelos alegou que a empresa, com sede em Campina Grande, na Paraíba, é responsável apenas pela cobrança de mensalidades de 400 alunos da Funeso. A Proex possui faturamento mensal de R$ 14 mil, obtido por meio de uma comissão de 20%, calculada em cima dos valores recebidos. Com relação às informações de funcionamento da empresa, como o endereço formal, o processo para cadastramento dos estudantes e como se davam os repasse para a instituição de ensino olindense, o sócio-administrador da entidade disse não se lembrar dos detalhes.

“A empresa tem uma única funcionária, e só vou até lá a cada 15 dias”, informou Vasconcelos, sem explicar, contudo, o motivo de ter aberto o negócio em outro Estado, quando reside em Palmares e possui um comércio de venda de gás em Quipapá e Jaqueira, todos esses municípios da Mata Sul.

“Para nós, ficou muito claro que a empresa funciona como uma instituição de fachada”, considerou o vice-presidente da CPI, Miguel Coelho (PSB). “A Funeso é proibida pela Justiça de oferecer cursos e de ter contas bancárias, e o dono da Proex sequer conseguiu explicar como envia o dinheiro das mensalidades para a instituição de ensino”, destacou o deputado socialista.

Cadastro de concluintes - Ao final da reunião, a relatora CPI, deputada Teresa Leitão (PT) informou que o Ministério da Educação instituiu, por meio da Portaria Normativa nº 7/2016, o Cadastro Nacional de Concluintes (CNC). O sistema registra e verifica a autenticidade de diplomas de graduação em todo o País.

“Esse serviço pode ser uma forma de brecar as fraudes que estamos observando em nossas investigações”, considerou a petista. Além disso, a Comissão também recebeu do Conselho Regional de Educação Física uma lista de vários cursos falsos em Pernambuco. A relação servirá para orientar os trabalhos do colegiado. Além de Miguel Coelho e Teresa Leitão, a reunião contou com a presença de Odacy Amorim (PT).

Alepe

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