O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), na condição de entidade apoiadora das atividades da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Ministério Público em Alagoas, acompanhou as atividades desenvolvidas no último sábado, dia 14 de maio, na reserva indígena Xucuru-Kariri, no município de Palmeira dos Índios (AL). O presidente do colegiado, Anivaldo Miranda, acompanhou a reunião com as lideranças locais, recebeu as demandas do cacique Manoel Celestino, colocou o CBHSF à disposição da tribo e participou das atividades de plantio de mudas, libertação de pássaros e da apresentação do toré, dança indígena.
Durante a programação, Miranda ressaltou a importância da presença dos povos tradicionais inseridos na bacia hidrográfica do São Francisco, dentre os quais estão os índios, nas discussões do Comitê. “Todas as comunidades tradicionais que vivem no entorno da bacia hidrográfica do Velho Chico podem buscar a ajuda do Comitê e, inclusive, participar das nossas plenárias. É importante que vocês compareçam e nos falem dos anseios que sentem”, considerou o presidente do CBHSF.
Durante a visita, houve plantio de mudas das espécies de Mata Atlântica, bioma característico da região. No total, serão disponibilizadas 3mil mudas de Ipê Rosa, Ipê Branco, Ipê Roxo, Ipê Amarelo, Ipê Rosinha, Aroeira, Cupiúba, Jenipapo e Craibeira. No sábado, houve apenas o plantio simbólico de 30 mudas. Acompanhado do membro do Comitê e integrante da Câmara Técnica Institucional e Legal (CTIL), Marcelo Ribeiro, Anivaldo Miranda também participou da libertação de pássaros apreendidos pela Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) e do Toré, na aldeia Serra da Capela.
O cacique Manoel Celestino explicou que as mudas devem servir para proteger e preservar a nascente que existe na aldeia. “Nossa preocupação é com o uso de agrotóxicos, por parte de latifundiários existentes na região”, disse Celestino. Representante do Conselho Tribal, Purinã Celestino explicou que a nascente é a fonte de água para a comunidade, formada por mais de cem famílias instaladas no local. “Não sabemos até quando está garantida a convivência pacífica com os proprietários de terras na região”, antecipou Purinã. Ele confirmou que busca a parceria com o Ministério Público Estadual de Alagoas para a resolução de conflitos na região.
O promotor Alberto Fonseca, do Ministério Púbico de Pernambuco (MPE) e um dos coordenadores da FPI, considerou essencial que esse processo de conscientização comece dentro da própria tribo. “Os moradores das aldeias têm que fazer o dever de casa, já que o compromisso com o meio ambiente tem que partir de vocês”, orientou.
O pequeno João, de apenas seis anos, plantou um pé de jenipapo. “Eu nunca tinha feito isso. É muito legal, né? Eu posso ficar cuidando dela?”, perguntou ele, que abriu um sorrisão quando os técnicos da FPI sinalizaram positivamente.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF
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