A expectativa entre assessores do Palácio do Planalto é que, no discurso que fará na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta, a presidente aborde, além do acordo climático, o processo de impeachment que enfrenta no Congresso Nacional e se diga vítima de um "golpe", tese que vem sendo defendida pelo governo desde o ano passado, sob a alegação de que o processo não tem base legal.
Diante da avaliação de Dilma de denunciar o "golpe" no Brasil, parlamentares da oposição e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) criticaram a presidente e refutaram a tese. Para Celso de Mello, por exemplo, Dilma comete um "equívoco" quando fala em golpe porque a Corte já "deixou claro" que os procedimentos do processo respeitam a Constituição.
A viagem da presidente da República aos Estados Unidos estava prevista desde o mês passado, mas, diante do cenário de crise política, cogitou-se a possibilidade de a viagem ser cancelada. Segundo a Secretaria de Comunicação Social, ainda não há confirmação sobre quando Dilma retornará ao Brasil.
Acordo do Clima
Inicialmente, havia a previsão de que Dilma também participasse da sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o Problema Mundial das Drogas. No entanto, ela não chegará a tempo ao evento.
A agenda da presidente prevê a presença dela apenas na solenidade de assinatura do acordo do clima, que ocorrerá na sede da ONU na sexta-feira (22).
Esse acordo envolve metas dos países signatários para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, ampliar o uso de matrizes energéticas limpas e reflorestar áreas verdes desmatadas.
Nos Estados Unidos, a presidente não deverá ficar hospedada em hotel, como costuma fazer em viagens. A previsão é que ela se hospede na residência oficial do embaixador do Brasil na ONU, Antônio Patriota, que comandou o Ministério das Relações Exteriores entre 2011 e 2013.
Do G1, em Brasília
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