Só que mais uma vez o substituto de Rogério Ceni teve uma atuação ruim ao falhar no primeiro gol da partida, e por ser expulso nos acréscimos ao levar o segundo cartão amarelo por retardar o jogo.
A equipe mal atacou e se segurou na tradição que tem no torneio para avançar à segunda fase pela 13ª vez seguida.
A altitude de 3,6 mil metros acima do nível do mar castigou o time no jogo. O ar rarefeito fez Bruno ser substituído para se sentar no banco de reservas e respirar por uma máscara ligada ao balão de oxigênio que o São Paulo levou ao estádio. A cena foi um retrato da amargura de uma equipe que em campo no segundo tempo pouco tinha pernas para tirar a bola de perto da sua grande área.
O estreante técnico César Farías conseguiu fazer o The Strongest pressionar o São Paulo o jogo inteiro. O time explorou as condições do jogo para superar a limitação e encurralar do começo ao fim.
Apesar do caos, todas as precauções foram tomadas pelo São Paulo para se jogar na altitude. Ainda assim, não substituem o objetivo primordial do futebol, que é o de marcar gols. De tanto se poupar para atacar e de evitar correr, o São Paulo optou por não jogar nos minutos iniciais. A decisão deu ao time boliviano a chance de pressionar.
A escolha de colocar Wesley em campo para reforçar a marcação e deixar Ganso no banco de reservas tirou do time a força na criação. Os jogadores tinham de avançar sozinhos com a bola, sem ter para quem tocar.
O panorama beneficiou o The Strongest e, de tanto a bola rondar pelo ataque, uma hora o time da casa foi recompensado. Em cobrança de falta aos 29 minutos, Denis saiu mal e Cristaldo completou de cabeça praticamente sob o travessão. O lance foi duvidoso, já que antes de a bola passar pelo goleiro, um atacante participou da jogada.
Após viajar somente horas antes da partida, tentar administrar o ritmo e manter a marcação atrás do meio-campo, o São Paulo se viu obrigado a fazer o que não queria. A desvantagem forçava a começar a incômoda missão de correr na altitude para não ser eliminado.
Isso era mais difícil pela falta de inspiração da equipe, mas o fim do primeiro tempo amenizou o sufoco. Kelvin cobrou escanteio para Calleri igualar de cabeça, aos 43 minutos. Foi o oitavo gol do artilheiro da Libertadores no torneio.
O empate foi um lucro gigantesco. Logo no lance seguinte Kelvin ainda fez ótima jogada individual, até estragar o lance com um chute torto. A virada não veio por pouco, em aperitivo de que o segundo tempo seria de angústia.
O fôlego do São Paulo diminuía a cada minuto. O time precisou ter sorte para Alonso escorregar e de frente para o gol, chutar errado e não fazer outro. O veterano Escobar ditava o ritmo dos ataques com liberdade. Lá na frente, a equipe paulista continuava a tentar segurar a posse de bola.
A entrada de Ganso até ajudou. Mas o The Strongest acuava cada vez mais. O drama durou até mais de 50 minutos do segundo tempo, quando o "zagueiro-goleiro" Maicon salvou o time em cruzamentos.
FICHA TÉCNICA
THE STRONGEST 1 X 1 SÃO PAULO
THE STRONGEST - Vaca; Bejarano, Marteli, Maldonado e Cristaldo (Ramallo); Chumacero (Neumann), Veizaga, Castro e Diego Wayar; Pablo Escobar e Matías Alonso (Torres).
Técnico: César Farias.
SÃO PAULO - Denis; Bruno (Caramelo), Maicon, Rodrigo Caio e Mena; Hudson; Thiago Mendes, Wesley, Michel Bastos (Ganso) e Kelvin; Calleri (Alan Kardec). Técnico: Edgardo Bauza.
GOLS - Cristaldo, aos 29, e Calleri, aos 43 minutos do primeiro tempo.
ÁRBITRO - Roberto Tobar (Chile).
CARTÕES AMARELOS - Escobar, Denis, Bruno e Caramelo.
CARTÃO VERMELHO - Denis.
PÚBLICO E RENDA - não disponíveis.
LOCAL - Hernando Siles, em La Paz (BOL).
Estadão
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