Após uma sequência de abalos sísmicos, o sul do Japão foi atingido por um terremoto de magnitude 7,3, na madrugada de hoje (tarde de ontem em Brasília), e um alerta de tsunami chegou a ser emitido. Segundo a rede de tevê CNN, ao menos uma pessoa morreu na cidade de Kumamoto e equipes buscavam sobreviventes sob escombros. O tremor se seguiu a um abalo de magnitude 6,5, registrado na noite de quinta-feira, que deixou ao menos nove mortos e 700 feridos na Ilha de Kyushu. Cerca de 130 réplicas foram sentidas desde o primeiro tremor.
O fenômeno foi o mais forte registrado no país desde 2011, quando um terremoto de magnitude 9 atingiu o norte de Tóquio e provocou um tsunami devastador, seguido pelo acidente nuclear na usina de Fukushima. Segundo a agência de notícias Kyodo, cientistas japoneses registraram o abalo à 1h25 (horário local). O epicentro foi identificado a 1km da cidade de Kumamoto. à profundidade de 12km.
O evento provocou a destruição de casas, danificou redes de transportes e uma ponte na região de Kumamoto. Rodovias foram fechadas depois de atingidas por deslizamentos de terra. Um hospital de Kyushu teve de ser evacuado após as estruturas ficarem abaladas. “Não há dúvidas de que esse foi um grande e muito importante terremoto”, observou Doug Given, cientista do Instituto de Geofísica americano (USGS).
Na noite passada, autoridades ainda trabalhavam na localização e no resgate de possíveis vítimas. Segundo a rede de tevê NHK, a previsão de fortes chuvas preocupava as equipes de salvamento.
Desde o início dos tremores, ao menos 44 mil pessoas foram deslocadas para centros de acolhimento e cerca de 14 mil ficaram sem eletricidade. O governo japonês declarou estado de catástrofe natural e enviou cerca de 6 mil homens para os trabalhos de resgate e amparo. O primeiro-ministro Shinzo Abe disse à imprensa que estava tomando todas as medidas para determinar a dimensão dos danos e iniciar os esforços de resgate e recuperação. “É possível que haja danos sobre uma grande área”, observou. Autoridades informaram que a instalação nuclear de Sendai não foi danificada.
Nunca antes
Noboyuki Morita, 67 anos, morador da cidade de Mashiki, relatou à agência de notícias France-Presse que saiu de casa para se abrigar no carro, durante o tremor. “Estávamos assistindo à televisão quando, de repente, sentimos tremores muito fortes. Fiquei muito surpreso, nunca havia visto um tremor assim na minha vida”, contou. Ele relatou que o telhado do imóvel ficou destruído e que diversos objetos foram atirados no chão. “Só pude sair de casa depois de cinco réplicas. Foram tão fortes que eu ficava com medo de me mexer.”
Correio Braziliense
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