Foto: João Bita/Alepe
Pernambuco conta com 13 autarquias municipais, que, em protesto, paralisaram as atividades no dia 31 de março para cobrar melhorias e cumprimento do programa. Segundo representantes dessas instituições, além da redução do número de bolsas, o Governo não reajusta o valor do benefício há dois anos. A quantidade disponibilizada entre 2014 e 2015 dobrou, atingindo 12 mil estudantes, mas, atualmente, não chega a 9 mil.
Estudante do curso de Direito da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape), Stallone Lima avaliou que o Governo Estadual não tem tratado a educação como prioridade. “Culpar a crise econômica nacional é covardia, e os estudantes não podem ser prejudicados pela ineficiência da administração pública”, pontuou.
Presidente da Associação das Autarquias de Ensino Superior de Pernambuco (Assiespe), Licínio Lustosa criticou o descaso com os municípios do Interior: “A interiorização do ensino só começou a ocorrer há 15 anos”. O atraso dos salários dos professores foi destacado pela diretora da autarquia de Belo Jardim (Agreste), Luzia Helena Castro. Segundo ela, as remunerações de fevereiro e março ainda não foram recebidas, ressaltando que a situação é recorrente. “Ao invés de canalizarmos nossa energia em pesquisa, estamos correndo atrás de pagamento”, lamentou. Para este ano, a gestora relatou ter havido uma redução de investimento no Proupe na ordem de R$ 4,9 milhões.
Representando a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Rosely Bastos afirmou que levará todos os pontos da audiência à titular da pasta, Lúcia Pinto. “Vim na condição de ouvinte, mas adianto que estamos aguardando o sinal da Secretaria da Fazenda para regularizar os repasses das bolsas”, garantiu.
Nos últimos seis meses, a cobrança desses repasses motivou discursos dos deputados Júlio Cavalcanti (PTB), Eduíno Brito (PP) e Socorro Pimentel (PSL) no Plenário da Assembleia. Os dois primeiros compareceram à audiência pública desta segunda e voltaram a cobrar o repasse dos valores e a maior oferta de bolsas. Também presente no debate e membro da Comissão, o deputado Edilson Silva (PSOL) argumentou que “o Estado governa baseado na ideia de que a culpa de tudo é do Governo Federal”.
Como encaminhamentos do debate, a deputada Teresa Leitão (PT), presidente do colegiado, pontuou que encaminhará as demandas ao Governo do Estado: o pagamento das bolsas em atraso, a retomada dos editais, a atualização dos valores dos benefícios e a reformulação da Lei Estadual nº 14.430/2011, além da realização de reunião entre Governo do Estado e autarquias, tendo a Comissão como mediadora e a definição, na Lei Orçamentária Anual (LOA), do percentual destinado ao Proupe. “Também vamos encaminhar que a pauta deste debate seja levada para o Plenário, porque esta causa também precisa ser de toda a Assembleia”, destacou.
Alepe
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.