Foto: Kátia Gonçalves – Comunicadora Popular do Cecor
Se um dia você pensou que a manipueira (“água de mandioca”) lançada diretamente em riachos, poços e barreiros era a maneira mais correta de descartá-la, enganou-se! De acordo com uma pesquisa feita pelos estudantes do curso de Agronomia e Zootecnia da Unidade Acadêmica de Serra Talhada/pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UAST/UFRPE), a manipueira, líquido de cor amarelada que sai da mandioca depois que ela é prensada, é rica em macro e micronutrientes que podem ser utilizados na adubação do solo, das plantas, contra o ataque de pragas e doenças. Essas informações foram repassadas quarta-feira passada (20), durante a oficina dos “Usos Múltiplos da Manipueira na Agricultura Familiar”, que aconteceu no auditório do Centro de Educação Comunitária Rural (Cecor).
Atentos aos novos conhecimentos, os produtores da Feira Agroecológica de Serra Talhada (FAST) aprenderam como coletar a manipueira nas casas de farinha e massa, como armazená-la e para que serve na agricultura familiar. De acordo com o autor do projeto, professor João Amorim, o objetivo, ao compartilhar o resultado dessa pesquisa para o público da FAST, é contribuir para que haja um fortalecimento na agricultura familiar. “Como eles/as já praticam agroecologia todos os dias nas propriedades rurais, a proposta foi apresentar mais uma alternativa de fertilizante natural para que essas famílias possam ampliar os conhecimentos e, consequentemente, aumentar a produção”, explicou.
Aprender como controlar as pragas e doenças em fruteiras deixou Maria do Socorro Silva Nascimento, do Assentamento Carnaúba do Ajudante, muito feliz. “Quando eles ensinaram como acabar com as pragas em laranjeiras, limoeiros, goiabeiras, mangueiras e nos pés de pinha eu fiquei contente porque nem sempre a gente sabe como combater e, por isso, acaba perdendo toda produção. Agora eu já sei como utilizar o fertilizante nas fruteiras maiores, ou seja, para cada litro de manipueira, a gente utiliza um litro de água”, destacou Maria do Socorro.
Para a coordenadora da FAST, Maria Silvolúsia Mendes, o elo entre os produtores da FAST e a Faculdade é de extrema importância para a amplitude da produção e comercialização dos produtos agroecológicos. “O resultado de projetos como este possibilita novas alternativas de lidar com produtos descartados inocentemente no solo por falta de conhecimentos. Quanto mais cursos e oficinas forem oferecidas aos agricultores, novas formas de produção vão acontecer no campo. Isso resultará numa boa colheita de produtos e menos gastos”, disse Silvolúsia.
O projeto de extensão da UAST/UFRPE foi apresentado pelos alunos Sidney Anderson, Emanuella Araújo e Tâmara Estevão (já formada). A oficina teve como parceiros o Núcleo de Estudos, Pesquisas e Práticas Agroecológicas do Semiárido (NEPPAS) e o Cecor.
Por Kátia Gonçalves – Comunicadora Popular do Cecor/ASA Brasil
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