A cada 15 dias, sempre às sextas-feiras, as duas se vestem de palhaços e levam livros até o restaurante comunitário que fica próximo à biblioteca. Elas contam histórias, falam da troca das tampinhas por livro e sobre a importância de se combater o mosquito transmissor da dengue e do vírus Zika.
Desde o início do projeto, até hoje, cerca de 500 obras já foram negociadas pelo sistema de barganha. A troca é feita com livros doados à biblioteca com essa finalidade. As tampinhas recolhidas são enviadas para reciclagem.
Se o trabalho, pioneiro em todo o Distrito Federal, é um sucesso; emerge dessa história uma personagem: Lilia Valéria. De criança abandonada, vivendo nas ruas, cair no crime foi um pequeno passo.
Lilia é ex-presidiária e esteve na prisão feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia até 2008. Ganhou uma chance da Administração Regional de Itapoã, foi trabalhar na biblioteca e hoje, aos 40 anos, mãe de dois filhos, estuda direito e sonha ser promotora.
Segundo ela, além de combater o mosquito Aedes aegypti e incentivar a leitura, o projeto é uma maneira de evitar que as crianças sejam alvo de influências negativas. Lilia também trabalha em um projeto social de retirar menores em vulnerabilidade social das ruas.
Pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal de 2014 mostra que 68,96% da população de Itapoã não estudam e 44,3% têm ensino fundamental incompleto.
Agência Brasil
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