Números foram divulgados pelo gestor da pasta, durante apresentação do terceiro quadrimestre de 2015 na Comissão de Saúde (Foto: João Bita)
O Estado de Pernambuco investiu cerca de R$ 55 milhões no combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti desde o mês de novembro do ano passado, diante do aumento nos casos de microcefalia relacionados ao zika vírus. A informação foi dada pelo secretário de Saúde do Estado, José Iran Costa Júnior, durante reunião da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta quarta (9), para apresentação do relatório estadual sobre o terceiro quadrimestre de 2015.
Cerca de R$ 14 milhões foram repassados para as prefeituras e o restante destinado a outras ações, como a contratação de profissionais, compra de equipamentos e insumos, ações de mobilização, entre outras. O secretário afirmou ainda que sete das 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres) foram definidas como referências para o atendimento dos bebês e das mães.
“Há crianças que já estão com mais de seis meses e demandam reabilitação várias vezes por semana. O atendimento precisa ser perto de casa”, disse Costa. “Hoje, temos centros especializados no Recife, Caruaru (Agreste Central), Petrolina (Sertão do São Francisco), Afogados da Ingazeira (Sertão do Pajeú) e Garanhuns (Agreste Meridional). Vamos fazer em Ouricuri (Sertão do Araripe) e Limoeiro (Agreste Setentrional), e esperamos chegar às 12 (Geres) até o fim deste primeiro semestre”, emendou.
Conforme o relatório apresentado, o Estado aplicou, em 2015, 16,2% de sua receita na área da saúde. No ano anterior, esse percentual foi de 16,6%. Apesar da redução, o secretário salientou que o percentual está acima dos 12% que todos os Estados são obrigados a destinar para o setor, como prevê a Constituição Federal, e é o maior do Nordeste. De setembro a dezembro de 2015, foram aplicados R$ 2,671 bilhões, contra R$ 2,629 bilhões em 2014.
As estatísticas apontam que, no terceiro quadrimestre de 2015, houve um aumento da cobertura de equipes de saúde da família de 75,35% para 77,11%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já a proporção de internações por condições sensíveis à atenção básica, a exemplo de casos como hipertensão, bronquite e gastrite, caiu de 28,89% para 25,84%.
A prestação de contas indicou também uma queda no percentual de produção das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). No terceiro quadrimestre de 2014, 96,31% do total de procedimentos previstos foram efetivamente realizados. De setembro a dezembro de 2015, o indicador caiu para 78,42%. Já a cobertura de consultas especializadas nas Unidades Pernambucanas de Atendimento Especializado (UPA-e) avançou de 68,80% para 76,37%.
O presidente da Comissão de Saúde, deputado Odacy Amorim (PT), ressaltou a importância de, além das medidas de prevenção e combate às epidemias, ampliar o saneamento básico para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. “O problema tem que ser enfrentado de frente. Sem saneamento, não haverá solução”, disse. O pronunciamento foi endossado pelo vice-presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, André Dubeux. “As pessoas armazenam água porque não tem abastecimento. Hoje, elas ficam um dia com água e quatro sem”, apontou.
A deputada Socorro Pimentel (PSL) solicitou maior atenção para a população idosa infectada por zika e chikungunya e o monitoramento das verbas repassadas aos municípios.
Alepe
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