Desde outubro de 2015, foram registradas na capital pernambucana 299 notificações e 47 confirmações da doença (Foto: João Bita)
De acordo com ele, 49 dos casos notificados como sendo dessa condição neurológica já foram descartados. “Observamos uma queda progressiva nas últimas semanas, mas precisamos manter um trabalho mais intenso de prevenção nestes meses de maior circulação do vírus, para reduzir as ocorrências no segundo semestre”, explicou o gestor. Desde o final do ano passado, foi decretado estado de emergência no município devido às doenças que têm o Aedes aegypti como vetor.
Enquanto exames laboratoriais são realizados para confirmar os casos, a pasta adota ações para dar apoio às famílias de crianças com microcefalia. Entre elas está o acolhimento nos espaços Mãe Coruja, a assistência ao pré-natal e parto humanizado no Hospital da Mulher do Recife e a oferta de ambulatórios multiprofissionais focados no estímulo cognitivo e psicomotor das crianças. “Também disponibilizamos um serviço de teleconsultoria em neuropediatria, infectologia e reumatologia, justamente para evitar a superlotação das emergências”, acrescentou Correia.
Outro foco de atuação da Prefeitura do Recife tem sido a prevenção. Segundo a Secretaria de Saúde, mutirões já somam mais de dois milhões de visitas a residências feitas por agentes de saúde, com apoio de 200 soldados do Exército, para combate ao mosquito Aedes aegypti. Ainda há campanhas de conscientização em espaços públicos e monitoramento constante. “Está em teste agora o uso de drones”, antecipou o secretário. “Pedimos que eles fossem adaptados com uma tecnologia que permite a aplicação do larvicida, e não só para monitorar, como já é feito em Ipojuca e Jaboatão dos Guararapes.”
As medidas resultaram em uma redução significativa nos dados do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti (LIRAa). O número, que varia de 0 a 4, caiu de 2,7 em abril de 2015 para 1,1 em janeiro de 2016. “A expectativa para o próximo inverno é de um LIRAa mais baixo que o do ano passado, porque boa parte da população já conquistou imunidade. Mas o trabalho permanece até que se desenvolva uma vacina e consigamos reverter essa lógica”, ressaltou Jaílson Correia.
A relatora da Comissão Especial, deputada Simone Santana (PSB), elogiou o trabalho desenvolvido na capital pernambucana. “É um problema sério de saúde pública que estamos enfrentando, para além das situações que já costumamos vivenciar, e o Recife tem tido êxito”, observou. “Porém, é o município que possui o maior número de casos confirmados do que vem sendo chamado de ‘síndrome da zika congênita’, que possui uma sintomatologia mais complexa do que a microcefalia apenas.”
Presidente do colegiado, a deputada Socorro Pimentel (PSL) ressaltou o necessário protagonismo dos municípios no enfrentamento das arboviroses. “Os gestores municipais cuidam da atenção básica segundo as normas do Sistema Único de Saúde (SUS), por isso é tão importante ouvi-los”, avalia. Segundo a parlamentar, uma nova audiência pública será realizada no dia 13 de abril, dessa vez com a presença das mães de crianças com microcefalia, e os trabalhos do colegiado seguirão até julho.
Alepe
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