sexta-feira, março 18, 2016

Morre Gaúcho, artilheiro e campeão pelo Flamengo nos anos de 1990


Decisivo em finais como a do título brasileiro de 1992, irreverente, identificado com a torcida, Gaúcho marcou época com a camisa do Flamengo no início dos anos 90. Atacante que se destacava, principalmente, pela eficiência no jogo aéreo, ficou na memória do torcedor rubro-negro após marcar 98 gols em 200 partidas pelo clube.

Gaúcho de Canoas, ele chegou a fazer parte das divisões de base na Gávea. Mas, a rigor, foi como se sua relação com o clube começasse em 1988, quando já tinha 24 anos e defendia o Palmeiras. E da forma menos convencional.

No Campeonato Brasileiro daquele ano, o regulamento determinava que uma decisão por pênaltis sucedesse qualquer partida que empatasse. No Maracanã, uma fratura sofrida por Zetti obrigou Gaúcho a ir para o gol. No fim do jogo, o centroavante sofreu o gol de Bebeto, que decretava o 1 a 1. Mas Gaúcho assombrou o Maracanã ao defender as cobranças de Aldair e Zinho e garantir o triunfo do Palmeiras.

Dois anos depois, Gaúcho desembarcaria na Gávea. Já no primeiro ano, conquistou a Copa do Brasil. Ainda que, na reta final da competição, tenha marcado gol apenas no jogo de ida da semifinal, contra o Náutico. O título veio num 0 a 0 com o Goiás, no Serra Dourada.

Em 1991, Gaúcho teria papel importante no título estadual. Era o homem-gol de um time comandado pelo veterano Júnior, que vivia grande fase, assessorado por Zinho, Uidemar e por jovens que haviam conquistado, na temporada anterior, a Copa São Paulo de Juniores. Na final do segundo turno, Gaúcho assegurou a vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo. O resultado garantia uma vaga na final com o Fluminense. No primeiro jogo, empate em 1 a 1. Na decisão, o Fluminense saiu na frente, mas Gaúcho fez o gol da virada. No fim, vitória rubro-negra por 4 a 2.

CHURRASCO POLÊMICO

Em 1992, um Flamengo que chegou a claudicar antes de subir de produção abruptamente na reta final, chegou às fases decisivas com Gaúcho em ótima fase. Contra o Santos, no Maracanã, fez o terceiro gol na vitória por 3 a 1, assegurando a passagem para a final. O rival seria o Botafogo. Na primeira partida, Gaúcho fez um dos gols na vitória por 3 a 0. Involuntariamente, tirou Renato Gaúcho do segundo jogo. Amigos fora de campo, os então adversários se encontraram para um churrasco no dia seguinte à vitória rubro-negra. Irritada, a diretoria do Botafogo afastou Renato da final.

Querido pela torcida, ganhou uma citação em uma adaptação que os rubro-negros fizeram do samba-enredo “Festa Profana”, da União da Ilha do Governador: “Oh, que beleza, mais um golaço do Gaúcho de cabeça”.

Em 1993, o atacante deixou o Flamengo e teve breve passagem pela Itália. Em 1995, vestiu por curto período a camisa do Fluminense. Um ano depois, encerrou a carreira no Anápolis.

Luís Carlos Tóffoli, o Gaúcho, morreu nesta quinta-feira, aos 52 anos, em São Paulo, vítima de complicações decorrentes de um câncer na próstata.

O site oficial do Flamengo lamentou, através de uma nota, o falecimento de Gaúcho. O artilheiro, que era ótimo cabeceador, foi lembrado pelos gols importantes que marcou. O site destaca que o atacante "era muito querido pela Nação" e "cantado nas arquibancadas na adaptação do samba da Ilha que tantas vezes ecoou no Maracanã: 'Ó, que beleza, mais um golaço do Gaúcho de cabeça'".

G1

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