“O ex-presidente Lula, além de líder partidário, era o responsável final pela decisão de quem seriam os diretores da Petrobras e foi um dos principais beneficiários dos delitos”, afirmam os investigadores da Lava-Jato.
A PF acredita ter encontrado indícios de que o ex-presidente teria tido "participação decisiva" para a viabilização de contratos na Petrobras a empresas acusadas de corrupção, e obtido vantagens de algumas delas, como móveis e reformas em imóveis usados por ele. No entanto, ainda não está claro se os investigadores conseguiram estabelecer uma conexão entre os eventos nesta nova etapa da investigação.
A PF encontrou evidências de que o ex-presidente recebeu, em 2014, pelo menos R$ 1 milhão sem justificativa lícita da OAS por meio de reformas e móveis colocados no tríplex do Guarujá e no sítio de Atibaia. Além disso, a empreiteira teria pago a armazenagem de bens que o ex-presidente trouxe do Planalto após sair da presidência em 2010. Também são investigados repasses da Odebrecht e do pecuarista José Carlos Bumlai que teriam feito pagamentos dissimulados ao ex-presidente.
Além do mandado de condição coercitiva contra Lula, serão ouvidos coercitivamente o braço-direito de Lula e atual presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto. Os mandados também são contra os filhos do ex-presidente, Fábio Luiz e Luiz Cláudio, a mulher Marisa Letícia e os empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna.
A operação foi denominada "Aletheia", em referência à expressão grega que significa "busca da verdade", segundo informe divulgado pela PF. São investigados cimes de corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros, praticados, segundo a PF, "por diversas pessoas no contexto de esquema criminoso e relacionado à Petrobras S/A".
Ao todo, foram expedidos 44 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva - quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento, caso do ex-presidente Lula.
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