Os peixes de água doce desapareceram em seis povoados ribeirinhos, onde a água salgada do mar invadiu o rio.
Josenildo dos Santos é um dos maiores responsáveis por esse colorido espalhado pelo rio. Ele já pintou mais de 500 barcos.
Mas a situação nunca esteve tão difícil para os pescadores. Os peixes de água doce desapareceram em seis povoados ribeirinhos, onde a água salgada do mar invadiu o leito do rio. Só em Piaçabuçu, 3,4 mil pescadores dependem do rio para sustentar suas famílias.
A salinização não ameaça só os peixes. Também prejudica a vegetação que nasce na beira do rio. A vegetação nativa vai sendo substituída pelo manguezal, que suporta a água salgada.
É o retrato triste de um gigante que está cada vez mais vulnerável. O Rio São Francisco não tem mais a força de antes quando duelava com o mar. Antes a água doce invadia o oceano. Agora é o mar que vai ganhando terreno. O oceano já engoliu até um pequeno povoado. Da Vila do Cabeço, onde viviam mais de 100 famílias, só restou o farol, que está tombando aos poucos.
Um drama provocado pela combinação das secas e também pelo represamento das águas pelas hidrelétricas. A vazão controlada não deixa o rio correr como antigamente.
E o Rio São Francisco, depois de percorrer mais de 2.800 quilômetros, se despede diante de uma paisagem exuberante, um deserto de areia.
Globo Repórter
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