A política equivale a um corte de salários. Quem ganha R$ 100 mil mensais e abre mão de um reajuste de 5%, por exemplo, aceita reduzir seus vencimentos em R$ 5.000 por mês. Ao final de um ano, são R$ 60 mil a menos no bolso do profissional. No caso de uma estrela global, que ganha R$ 1 milhão mensais, a economia para a emissora é de R$ 600 mil em um ano. No time dos que ganham mais de R$ 1 milhão, estão o locutor Galvão Bueno e os apresentadores Ana Maria Braga e Luciano Huck.
O reajuste de 5% para os mais bem pagos, contratados como pessoas jurídicas, é coerente com o que a emissora quer pagar aos jornalistas de São Paulo. Desde dezembro, representantes dos sindicatos patronais e de trabalhadores vem travando uma dura negociação em torno do percentual de reajuste. As emissoras só queriam pagar 5% de aumento. No mês passado, aceitaram dar reajuste de 6%. Os jornalistas querem pelo menos 11%.
As emissoras argumentam nas negociações que o país e, consequentemente, o mercado publicitário, passam por um mau momento. No ano passado, as redes de TV faturaram 8,5% a menos do que em 2014. Na Globo, a queda foi um pouco menor, de 7%. A emissora é a menos afetada pela crise até agora. Record, Band e SBT já tiveram que fazer demissões e cortar programas.
Com os funcionários mais bem pagos, a Globo tem feito negociações individuais. Isso porque cada um deles tem contrato de prestação de serviços que estipula reajustes anuais baseados na inflação (geralmente, a indexação é pelo IGP-M, da FGV). As negociações são feitas nos meses de aniversários dos contratos.
Procurada, a Globo afirmou que não comenta a "remuneração de seu elenco".
Uol - Notícias da TV
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