Ao lado de 12 ministros, Dilma iniciou o pronunciamento, para o qual os jornalistas foram convocados em um dos salões do Palácio do Planalto, com um breve comentário sobre o episódio da condução coercitiva de Lula para depoimento aos investigadores da Operação Lava Jato em São Paulo.
"Quero manifestar o meu mais absoluto inconformismo com o fato de o ex-presidente Lula, que por várias vezes compareceu de forma voluntária para prestar esclarecimentos perante as autoridades, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar mais um depoimento", disse.
Em seguida, ela se dedicou a falar sobre o conteúdo do depoimento em delação premiada do senadorDelcídio do Amaral (PT-MS), no qual ela é acusada de tentar interferir nas investigações da Operação Lava Jato e de ter conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.
Ao falar sobre o trecho da delação de Delcídio na qual o senador disse que ela nomeou um ministro do STJ para beneficiar empresários denunciados na Lava Jato, Dilma disse que jamais tratou do assunto com o senador.
"Do ponto de vista institucional, não teria nenhuma razão a pedir com um senador para conversar com um juiz. Não é o senador que participa dos processos de nomeação dos ministros do STJ e nem do Supremo. Nomeei 16 ministros do STJ e 5 do Supremo. É absolutamente subjetiva e insidiosa a fala do senador, se ela foi feita", declarou.
Durante o pronunciamento, estavam ao lado da presidente ss ministros Jaques Wagner (Casa Civil)), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Wellington Silva (Justiça), José Roberto Cardozo (AGU), Juca Ferreira (Cultura), Nilma Lino Gomes (Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos).
Durante a sua fala, Dilma afirmou também que é "lamentável" o vazamento de "hipotética delação premiada" que, se chegou a ser feita, segundo disse, foi com o "objetivo único" de atingir a ela e ao governo.
Para ela, esse objetivo é "mesquinho" e "imoral", além de um desejo de "vingança" por parte de Delcídio, líder do governo Dilma no Senado entre abril e novembro de 2015, quando foi preso na Operação Lava Jato, acusado de tentar obstruir as investigações.
No pronunciamento, que durou pouco mais de 12 minutos, Dilma também disse que o acordo da "hipotética" delação de Delcídio do Amaral foi movido pelo desejo de vingança de "quem não poderia ser defendido pelos atos que praticou"
Segundo os investigadores da Operação Lava Jato, o senador tentou obstruir o andamento das apurações oferecendo uma mesada de R$ 50 mil e fuga para a Espanha para o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação.
Do G1, em Brasília
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