A maioria das vítimas são mulheres e crianças
- Nós quisemos mandar essa mensagem para o primeiro-ministro Nawaz Sharif, de que nós entramos em Lahore. Ele pode fazer o que quiser, mas não será capaz de nos parar. Nossos homens-bomba vão continuar com esses ataques - disse um porta-voz da facção, Ehsanullah Ehsan.
Lahore, capital da província de Punjab, é o coração do território que dá apoio político ao premier. O país, de 190 milhões de pessoas, é atormentado pela insurgência talibã, gangues criminosas e violência sectária. Punjab é sua maior e mais rica província.
- A maioria das vítimas são mulheres e crianças - disse Mustansar Feroz, superintendente da polícia local.
O homem-bomba se explodiu no estacionamento do enorme parque Gulshan-e-Iqbal. Na hora da explosão, o local estava particularmente movimentado e repleto de famílias que passavam o fim de tarde, depois dos compromissos religiosos. Extremistas paquistaneses têm atacado minorias religiosas com frequência ao longo da última década. Cristãos, por sua vez, acusam o governo de poucos esforços para protegê-los.
Segundo um funcionário, entre os feridos há 50 crianças e várias mulheres, muitos em “estado crítico”. O chefe do Estado-Maior do Exército, general Raheel Sharif, presidiu uma reunião de emergência para coordenar a resposta ao ataque.
— Requisitamos a ajuda do Exército. Militares estão ajudando no resgate e na segurança — afirmou.
Testemunhas disseram ter visto partes de corpos espalhadas pelo estacionamento quando a poeira baixou após a explosão. Muitos dos feridos foram transportados para o hospital em veículos improvisados. Um médico descreveu cenas de horror no hospital onde trabalha.
— Até agora já recebemos mais de 40 corpos e 200 feridos, e a maioria está em situação crítica. Temo que o número de mortos aumentará. Estamos atendendo as pessoas no chão e nos corredores do hospital, e segue chegando mais gente ferida — detalhou.
O atentado coincide com várias manifestações violentas em outras partes no país, que vêm aumentando desde a controversa execução de Mumtaz Qadri, no final de fevereiro. Qadri foi condenado à morte depois de assassinar Salman Taseer, governador da província de Punjab de quem era guarda-costas. O político, uma das mais populares vozes seculares no Paquistão, foi morto quando prometia reformar as leis de blasfêmia. Ele havia defendido Asia Bibi, uma cristã condenada à morte pelo crime.
A execução de Qadri por enforcamento acabou inflamando a parte mais extremista da comunidade muçulmana, que se opõe ao atual governo.
O Globo
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